<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA SEPTUAGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 03.09.1997.

 


Aos três dias  do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, nos altos do Mercado Público de Porto Alegre, a Câmara Municipal de Porto Alegre, nos termos do § 1º do artigo 7º do Regimento. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martins, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, João Carlos Nedel, João Dib, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães, Tereza Franco e Maristela Maffei. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e colocou em votação as Atas da Sexagésima Sétima e Sexagésima Oitava Sessões Ordinárias e da Décima Oitava Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, os Pedidos de Informações nºs 137 e 138/97 (Processos nºs 2650 e 2651/97, respectivamente); pelo Vereador Décio Schauren, o Projeto de Lei do Legislativo nº 157/97 (Processo nº 2634/97); pelo Vereador Fernando Záchia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Gilberto Batista, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Guilherme Barbosa, 13 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 01/97 (Processo nº 1153/97); pelo Vereador Isaac Ainhorn, o Projeto de Resolução nº 27/97 (Processo nº 2635/97); pelo Vereador Luiz Braz, 01 Pedido de Providências e 04 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97 (Processo nº 1945/97); pelo Vereador Reginaldo Pujol, 01 Pedido de Providências e 05 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97 (Processo nº 1945/97); pela Vereadora Sônia Santos, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 18/97, do Vereador João Dib, Presidente da Comissão Externa constituída com o objetivo de acompanhar e participar das tratativas de dissídio dos funcionários do Executivo e Legislativo do Município de Porto Alegre; 234/97, do Senhor Carlos Antonio Kochenborger, Presidente do Sindicato dos Policiais Federais/RS; 405/97, do Senhor Ozi Azeredo, Diretor-Presidente da Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado/RS - FADERS; 438/97, da Federação dos Bancários/RS, filiada à Central Única dos Trabalhadores - CUT; 469/97, da Senhora Rejane Penna Rodrigues, Secretária Municipal de Esportes, Recreação e Lazer; 915/97, do Senhor Vicente Bogo,  Vice-Governador  do  Estado  do Rio Grande do Sul; 1013/97, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; s/nº, do Senhor Vilson Antonio Rodrigues Bilhalva, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região; Convites: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, e do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário da Justiça e Segurança/RS, convidando para atos de sanção das Leis que reestruturam a segurança pública; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, para a conferência "Ecologia, Política e Espiritualidade: a construção de um novo paradigma na sociedade" e para a palestra "As Novas Democracias Participativas na América Latina"; do Senhor  Ruben  Eugen  Becker,  Reitor  da  Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, para a Solenidade Oficial do Jubileu de Prata da ULBRA; da Associação Médica do Rio Grande do Sul - AMRIGS, para a 3ª Semana Cultural AMRIGS; da Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE e do Governo do Estado, para coquetel de lançamento da "História Ilustrada de Porto Alegre"; da Nelson Maltz Engenharia e Construções Ltda., para programação de estréia do Jardim do Sol Strip Center; Impressos: da Sociedade de Ginástica Porto Alegre - SOGIPA, alusivo à trajetória de 130 anos da entidade; do Instituto Brasileiro de Estudos Legislativos, divulgando o I Encontro Nacional sobre Orçamento Municipal; das Rádios Comunitárias, divulgando o Seminário Regional; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, divulgando o Seminário Crédito Popular e a Metodologia Portosol. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Conselheiros José Elias Flores, Júlio Glock, Enaytollah Vahdat, Ivo Fortes, Ailton de Albuquerque, David Iasnogrodski, Francisco Guimarães, Dioni York Bado, Telmo Kruse,  Antonieta  Barone  e  Adaucto Vasconcellos, e concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor José Elias Flores, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre - CCHPA, que historiou sobre a fundação do Conselho que preside, o qual é integrado por representantes das mais diversas áreas da sociedade porto-alegrense, salientando que o objetivo básico do mesmo é colaborar para o estudo e a busca de soluções para os problemas da Cidade. Também, analisou as relações com o Executivo e Legislativo Municipal buscadas pelo Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Maurecy dos Santos e Giselda Castro, Cidadãos Honorários de Porto Alegre. Após, os Vereadores Carlos Garcia, Anamaria Negroni, Nereu D'Ávila, Luiz Braz, Tereza Franco, Fernando Záchia, João Dib, Gerson Almeida, Lauro Hagemann e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto abordado pelo Senhor José Elias Flores, salientando a importância do fato da presente Sessão estar sendo realizada nos altos do Mercado Público de Porto Alegre. Também, a Vereadora Tereza Franco, durante seu pronunciamento acerca da Tribuna Popular, formulou Requerimento verbal solicitando sejam realizadas Sessões da Câmara Municipal de Porto Alegre em outras regiões da Cidade, principalmente em Centros Comunitários das vilas periféricas.  Após,  o  Senhor  Presidente  convidou  a  todos para a Décima Nona Sessão Solene, a ser realizada no dia quatro de setembro do corrente, na Câmara Municipal de Porto Alegre, destinada à entrega de diversos Títulos Honoríficos, e registrou as presenças do ex-Vereador Ervino Besson e do Vereador Henrique Fontana, Secretário Municipal de Saúde. Ainda, convidou o Senhor José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre, a integrar a Mesa dos trabalhos. A seguir, o Senhor Secretário procedeu à leitura da nominata dos Títulos Honoríficos a serem entregues durante a Décima Nona Sessão Solene e o Senhor Presidente informou que o nome do Deputado Federal Floriceno Paixão constava inicialmente da nominata lida pelo Senhor Secretário, mas que Sua Excelência informou não poder comparecer na Sessão Solene referida. Às quinze horas e nove minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de "quorum", às quinze horas e onze minutos. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vice-Prefeito José Fortunati, que destacou a importância da presente Sessão, tendo em vista ser o Mercado Público de Porto Alegre um dos prédios mais representativos da Cidade, e desejou aos Senhores Vereadores um profícuo trabalho em prol da comunidade porto-alegrense. Após, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, prestou informações acerca dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib discorreu acerca do significado do Mercado Público de Porto Alegre para a história da Cidade, relatando problemas atualmente enfrentados pelos permissionários das bancas desse Mercado e declarando que os mesmos não estão recebendo a devida atenção do Executivo Municipal. Ainda, registrou que será entregue questionário aos permissionários do Mercado, acerca das condições de trabalho hoje aqui observadas. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Darci Jackobson, do PDT de Lajeado. Também, o Vereador Isaac Ainhorn registrou que a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos deverá convidar a direção da Associação dos Permissionários do Mercado Público para reunião acerca de problemas encontrados no Mercado Público de Porto Alegre. A seguir, foi iniciado o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a assinalar os cinqüenta anos de presença, no Brasil, dos grupos de auto-ajuda Alcoólicos Anônimos, nos termos do Requerimento nº 78/97 (Processo nº 1228/97), de autoria do Vereador Guilherme Barbosa. Compuseram a Mesa: os Vereadores Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn, respectivamente, Presidente e 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; a Senhora Marili Dulinski Morshak, Presidente da Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul; o Senhor Manuel Garcia Junior, Presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário  da  Casa. <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças do Senhor Moacir Sampaio, Conselheiro do Conselho Municipal de Entorpecentes; da Senhora Leda Pereira, Coordenadora do Projeto de Prevenção do Uso de Drogas; do Engenheiro Mauri Panitz, especialista em segurança de trânsito; do Senhor Ubiratan de Souza, Coordenador-Geral do Gabinete de Planejamento da Prefeitura Municipal; do Senhor Sérgio Ivan Borges, Coordenador-Geral da Associação Fraternal de  Recuperação  Universal  e  representante da Comunidade Terapêutica Oásis e da Pastoral Penitenciária; do Senhor Lacero Uchoa, Assistente Social, Terapêuta Familiar, ex-Presidente do COMEM; de representantes da Coordenação Estadual de Alcoólicos Anônimos. A seguir o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Guilherme Barbosa, como proponente da Sessão, teceu comentários acerca dos efeitos do álcool junto aos consumidores e familiares, salientando a importância da luta dos Grupos de Alcoólicos Anônimos na busca da ajuda e solidariedade necessárias para a recuperação dos viciados em álcool. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Luiz Osório Valbau, Pedro Martins de Oliveira, Felisberto Luisi, Maria Verônica Dariva, João Valdir Correa, Elizabete Martins e José Sampaio, Conselheiros do Orçamento Participativo de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Eliseu Sabino, declarando a justeza da presente homenagem, analisou as conseqüências físicas e psicológicas do uso do álcool pelo homem e discorreu acerca do trabalho realizado pelos Alcoólicos Anônimos, ressaltando a "importância da palavra de Deus para a recuperação do dependente do álcool". O Vereador Hélio Corbellini leu trechos e comentou documento veiculado pela Internet, relativo ao uso do álcool e dos entorpecentes no transcorrer da história da humanidade, chamando a atenção para a utilização política do poder acarretado por quem possui a posse e controle das drogas. O Vereador João Carlos Nedel agradeceu aos grupos de Alcoólicos Anônimos pelo trabalho realizado em benefício da sociedade, destacando a forma massiva como são veiculadas propagandas pelos meios de comunicação, visando ao aumento do consumo de bebidas. Ainda, salientou a força do exemplo familiar na prevenção do uso do álcool. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Marili Dulinski Morshak, que enfatizou a importância do envolvimento da Câmara Municipal de Porto Alegre na mobilização contra a dependência do álcool, discorrendo sobre a história e os objetivos dos Grupos de Auto-Ajuda Alcoólicos Anônimos. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou os pêsames à Senhora Marili Dulinski Morshak, pelo falecimento de seu esposo, ocorrido dia vinte e nove de agosto do corrente. Às dezesseis horas e vinte e cinco minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos, constatada a existência de "quorum", às dezesseis horas e vinte e seis minutos. Após, o Senhor Presidente convidou o Senhor Antônio Dias de Melo, Presidente da  Associação  dos  Permissionários  do  Mercado  Público,  a  integrar  a Mesa dos trabalhos e registrou estar a presente Sessão recebendo a cobertura jornalística do Jornal do Comércio, Jornal Zero Hora, Jornal Correio do Povo e das Rádios Guaíba, CBN e Pampa. Ainda, registrou a presença dos Senhores Cláudio Klein, César Miranda, Horestes Habardo e Terezinha D'Ávila, representantes dos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Elói Guimarães declarou ser esta uma Sessão histórica para Porto Alegre, tendo em vista o significado do Mercado Público e da Câmara Municipal para a Cidade. Defendeu uma discussão ampla em busca do resgate histórico do Mercado Público  e,  finalizando,  leu  poema  do  Poeta  Paulo  Nadal,  acerca desse espaço cultural. Após, o Senhor  Presidente  registrou a  presença  do  Senhor  Wilson <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Müller, Secretário-Geral do PDT no Estado, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Fernando Záchia reportou-se ao pronunciamento efetuado pelo Vereador João Dib, em Comunicação de Líder, acerca dos problemas enfrentados pelos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, salientando a representatividade desse Mercado junto à população da Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Anamaria Negroni salientou que o Mercado Público já faz parte da história de Porto Alegre, declarando não ter ocorrido a adequada discussão entre os permissionários desse espaço e o Executivo Municipal quando das reformas do prédio e remanejo das bancas do Mercado. Ainda, afirmou ter encaminhado pedido de Comissão Especial para averiguar denúncias relativas aos problemas atualmente aqui observados. O Vereador Luiz Braz elogiou a realização da presente Sessão, destacando ser necessário que a realidade da Câmara Municipal de Porto Alegre seja levada para mais próximo da população. Também, comentou a importância do trabalho dos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, lembrando problemas ocorridos com o Chalé da Praça XV, os quais terminaram por acarretar seu fechamento. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo Questão de Ordem do Vereador Isaac Ainhorn, prestou esclarecimentos acerca da ordem dos pronunciamentos dos Senhores Vereadores durante a Ordem do Dia. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Gerson Almeida teceu considerações acerca das dificuldades enfrentadas pelos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre durante o período de reforma desse prédio, analisando a situação econômica hoje vigente no País e os reflexos da mesma junto aos pequenos empresários e à população em geral. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão afirmou que a realização de Sessões Ordinárias fora das dependências da Câmara Municipal de Porto Alegre permite uma maior visibilidade de posicionamentos e do trabalho realizado pelos Senhores Vereadores. Ainda, defendeu a busca urgente de soluções para os problemas enfrentados pelos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Isaac Ainhorn afirmou ser o Governo Estadual "o sustentáculo da política  neoliberal  do  Presidente  Fernando  Henrique Cardoso", analisando, em <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>especial, questões referentes a impostos cobrados da população. Neste sentido, chamou a atenção para aumentos verificados nos impostos e taxas municipais e, ainda, apoiou a mobilização dos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre em sua luta por condições mais favoráveis de trabalho. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Ruas defendeu a atuação conjunta de toda a comunidade porto-alegrense visando ao fortalecimento das instituições democráticas, a fim de que seja possível um concreto desenvolvimento da Cidade. Finalizando, homenageou a todos os funcionários municipais na pessoa do Jornalista Adaucto Vasconcellos. O Vereador Lauro Hagemann classificou como memorável a presente Sessão, por ser a primeira  Sessão  pública  externa  realizada  pela  Casa.  Comentou problemas hoje enfrentados pelos permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, destacando a necessidade de análise dessa situação sob um ponto de vista que abranja o quadro econômico atual do País. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maria do Rosário teceu comentários acerca da importância da reforma do Mercado Público para a população porto-alegrense, criticando a política econômica do Governo Federal e defendendo a transformação do dia sete de setembro em um "momento de resposta dos brasileiros ao Governo de Fernando Henrique Cardoso". Na oportunidade, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou informações acerca das possibilidades de manifestação da assistência durante as Sessões Plenárias. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Gerson Almeida reportou-se aos discursos efetuados nesta Sessão, relativos à situação econômica brasileira, analisando posicionamentos assumidos pelo Governo Estadual frente a leis federais que retiram recursos dos Municípios. O Vereador Carlos Garcia destacou a importância social do Mercado Público de Porto Alegre, como gerador direto e indireto de empregos, afirmando acreditar que os problemas enfrentados pelos permissionários do mesmo serão devidamente discutidos e encontradas as soluções necessárias. Ainda, defendeu a implantação de uma sala especial no Hospital de Pronto Socorro, para o atendimento de feridos em rebeliões e motins em presídios e na Fundação Estadual do Bem Estar do Menor. O Vereador Reginaldo Pujol analisou problemas existentes entre a Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio e os permissionários do Mercado Público de Porto Alegre, declarando que o compromisso de hoje deve ser o de afirmar aos permissionários que a Câmara Municipal de Porto Alegre está solidária na busca de soluções dignas para os problemas por eles enfrentados. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 152/97; os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nºs 17, 19 e 20/97; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 139 e 150/97; o Projeto de Lei do Executivo nº 37/97. Durante os trabalhos, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da ordem de andamento dos trabalhos e agradeceu aos funcionários da Câmara Municipal de Porto Alegre, à Arquiteta Vera Becker, ao Engenheiro de  Som  Egon  Rudy  Alscher  e <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>sua equipe e às direções e funcionários do Bar Marco Zero e do Restaurante Gambrinus, por sua ajuda à viabilização da presente Sessão. Ainda, o Senhor Presidente convidou a todos para participarem dos eventos relativos às comemorações dos duzentos e vinte e quatro anos da Câmara Municipal de Porto Alegre e, às dezoito horas e três minutos, face ao término do prazo regimental da presente Sessão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Guilherme Barbosa e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e João Dib, este como Secretário "ad hoc". Do  que  eu,  Paulo  Brum,  1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos. Boa-tarde, Senhores, Senhoras,  boa-tarde cidadãos Honorários: boa-tarde a todos os que nos assistem. Gostaria, nesta Sessão, de cumprimentar os nossos  colegas de trabalho: os servidores  da Câmara; o Diretor-Geral, Sr. Adalberto  Heck; a Diretora Legislativa, Dra. Inês Haffer e sua equipe; o Diretor de Finanças e Patrimônio, Sr. Luiz Afonso de Mello Peres; a Diretora Administrativa, Dra. Sônia Pinto; a  Procuradora-Geral do Município, Dra. Marion Alimenda.

Peço ao 1º Secretário, Ver. Paulo Brum, que faça a chamada para verificação de quórum. (Procede a chamada dos Srs. Vereadores)

Havendo quórum, passaremos à votação das Atas das sessões anteriores. Antes, porém, gostaríamos de registrar que dispomos dos serviços de infra-estrutura da Câmara  através do Setor de Revisão de Anais, do Setor de Atas, da Imprensa, do Setor de Comunicação Social, do Setor de Taquigrafia e da Segurança. Contamos, ainda com a cobertura da imprensa, que está prestigiando esta Sessão, em especial da Rádio Pampa, através do Jornalista Raul Morô.

Em votação a Ata da 67ª Sessão Ordinária. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADA.

Em votação a Ata da 68ª Sessão Ordinária. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADA.           

Em votação a Ata da 18ª Sessão Solene. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADA.

Gostaria de esclarecer a todos os que nos assistem que é a primeira vez que realizamos uma Sessão da Câmara Municipal aqui nos Altos do Mercado Público. Estaremos seguindo aqui os passos de uma Sessão normal da Câmara. O Ver. Paulo Brum apregoará Pedidos de Providências que os Senhores Vereadores fazem ao Executivo Municipal ou Indicações ao Executivo Estadual e ao Executivo Federal sobre problemas da nossa Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Guilherme Barbosa) Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda a leitura das proposições. (Procede-se à leitura das proposições. )

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr.  José Elias Flores, representando o Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre está com a palavra pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Queremos agradecer ao Ver.  Guilherme Barbosa que colaborou,  como membro da Mesa, no encaminhamento dos trabalhos, pois precisamos interromper por alguns instantes para uma entrevista com a imprensa.

Antes de o nosso Presidente do Conselho de Cidadão Honorários de Porto Alegre usar a palavra na Tribuna Popular, nós queremos registrar a presença de Conselheiros, cujos nomes já chegaram às nossas mãos: Júlio,  Yhatola Farrathá, Ivo Fortes, Davi Hianhas Nogrofes, Francisco Guimarães,  Ione Iorque Badu, Thelmo Crusi, Antonienta Barone,  Adaucto Vasconcellos, que aqui hoje está como Conselheiro. É bom que a população, que os nossos visitantes saibam que o Jornalista Adaucto Vasconcellos representa o Prefeito dentro das Sessões Plenárias, e nós o apelidamos, carinhosamente, de Embaixador. Queremos saudar, também,  o Conselheiro Ailton de Albuquerque. Com a palavra, o Sr. José Elias Flores.

 

O SR. JOSÉ ELIAS FLORES: Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre: Sr. Secretário; Srs. Vereadores; demais pessoas aqui presentes.

Em primeiro lugar, nós desejamos agradecer por ver atendida a nossa solicitação de fazer parte, hoje, da Tribuna Popular, para poder, em primeiro lugar, cumprimentar o Poder Legislativo, a nossa Câmara Municipal pelos  224 anos de aniversário, cheios de glórias que,  nos últimos dias,  temos percebido e lido a respeito.

Gostaríamos de pedir licença a todos os Presidente e Vereadores que  o antecederam e aos que aqui estão presentes, muitos dos quais foram seus amigos, para lembrar o nome de José Aloísio Filho.

Em  primeiro lugar, em função de que  muitos Vereadores talvez não saibam de alguns detalhes, o Conselho de Cidadãos Honorários, constituído também de Cidadãos Eméritos da Cidade de Porto Alegre, foi criado por iniciativa da Câmara Municipal, na condição de ser um órgão de apreciação de sugestões de questões junto ao Município, sem nenhum ônus para aos cofres públicos é muito importante que se destaque isso. Foram reunidos os Cidadãos Honorários e Eméritos e foi proposto, por autorização da Câmara Municipal, que se estabelecesse um estatuto interno para o funcionamento do Conselho,  de como iriam tratar os assuntos, afora a Resolução, que é muito curta. Pois bem, nesse Estatuto Interno do nosso Conselho, entre outras coisas destaca-se de que nele não haveria nenhuma manifestação de ordem político-partidária; não haveria nenhuma restrição ao problema de raça ou de religião. Isso foi bem claro e foi,  realmente,  condição fundamental para trabalharmos com total independência, com total honestidade, manifestando aquilo que  se pensasse, àquilo que fosse votado.

Os Cidadãos  Honorários de Porto Alegre são em número de 450, mais ou menos, dos quais muitos já faleceram,  e muitos não são do nosso Estado e da nossa Cidade entre eles podemos citar  o Papa e Mandella .Aqui estão ativos, ainda,  290 pessoas. Dessas 290 pessoas, cada mês,  nas Sessões Plenárias, nas sessões obrigatórias,  comparecem de l5 a 20% desse número. Nós temos,  entre os nossos Conselheiros -  e aí a sabedoria que teve a Câmara Municipal, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, por ter criado um Conselho em que realmente estivessem presentes todas as profissões - professores, empresários, juristas, médicos, jornalistas, técnicos, arquitetos, engenheiros, esportistas e outras profissões, inclusive fotógrafos profissionais, como aquele hoje Cidadão Mauricy dos Santos, que é nosso colega e está cumprindo o seu dever.

A nossa meta fundamental é apreciar assuntos do interesse da nossa comunidade, fundamentalmente da nossa Câmara Municipal. Tudo que vier,  tudo que nos trouxerem,  nós apreciaremos com respeito. Não temos nenhum poder de legislar, mas  de apreciar sugestões  com os conhecimentos que tivermos, ou com aqueles que buscarmos fora. Temos tido muito cuidado, mas muito cuidado mesmo, de não querer inventar o que está inventado. Temos,  entre nós,  uma gama muito grande de pessoas experimentadas; interrogamo-nos, a respeito daqueles assuntos acerca dos quais vamo-nos manifestar. Posteriormente,  solicitamos a todos os órgãos municipais, estaduais, federais e à própria Câmara,  que tem nos prestigiado até com o comparecimento às suas comissões, muitas vezes quase completas, para nos e esclarecerem, para sabermos exatamente o que podemos fazer. É fundamental sabermos que podemos partir da macro para o micro, mas é muito mais importante passarmos do micro ao macro, sem tentar inventar aquilo que está inventado, colaborando naquilo que for possível.

Nós tratamos, nesse ano e pouco de existência, de nos organizar  internamente, porque nós não estávamos organizados e não nos conhecíamos uns aos outros. Havia dúvidas, até manifestadas por Vereadores aqui presentes, com toda a honestidade, de como poderíamos fazer com que o Conselho conseguisse prosperar. E, verdadeiramente,  foi uma luta muito grande para nos organizar, conhecer cada membro, para saber com quem estávamos tratando, porque éramos diferentes; temos até um iraniano, que muito nos honra; temos gente de fora gente do interior, como eu. Realmente tínhamos que no conhecer para saber a qualificação de cada pessoa para exercer determinada função. Também tivemos outro problema: conhecer cada Vereador, identificar cada um deles e as Comissões Permanentes, para não criarmos constrangimentos, mas  conhecermos e sabermos aquilo que se podia fazer, aquilo  em que se podia colaborar.  Nesse período nós tivemos a oportunidade, com o apoio, a manifestação do Presidente de então, de estudar um dos primeiros temas,  que foi  o Orçamento Participativo. Tratamos também com a comissão de dez vereadores, dos quais cinco ou seis compareceram no nosso Conselho para nos trazerem conhecimento a respeito desse funcionamento, para vermos honestamente, com total isenção,  a praticidade verdadeira do Orçamento Participativo. Fomos às reuniões - comparecemos a muitas reuniões - para aprender um pouco mais. Tratamos,  também, com técnicos da Prefeitura, especialmente o Secretário do Planejamento, ilustre Arquiteto Newton Burmeister, que nos fez uma explanação da primeira etapa do novo Plano Diretor. Digo primeiro, porque agora está sendo reformulado para chegar a uma segunda etapa, talvez com mais perfeição. Tratamos de saúde, com debates nas áreas especializadas, com a presença da Presidente da Comissão de Saúde, Vereadora responsável; também sobre o problema do Hospital Vila Nova, que estava na iminência de fechar, havia uma preocupação do Conselho, não importava se ele era público ou particular. Sugerimos também um projeto para solução do escoamento do esgoto da nossa Cidade que é uma coisa muito antiga e que temos um técnico que, lamentavelmente hoje não está presente, mas profundo conhecedor da matéria, que trabalhou por muitos anos no nosso Departamento Municipal de Água e Esgotos.

Ultimamente, e fizemos até um apelo à Câmara e um apelo aos Vereadores - temos até  Conselheiros aqui - sobre a questão Centro da Cidade à noite. Eu trago pessoas que vêm de fora e essas pessoas não conseguem transitar à noite. Quando nos perguntam se podem,  a gente tem cuidado ao dizer o que podem fazer. Tratamos também do Projeto Porto dos Casais; o problema do desemprego com sugestões importantes; o  menor carente, onde tratamos com uma pessoa que apresentou uma sugestão muito importante e mais uma manifestação da FEBEM, sobre a segurança alternativa, já agora propondo que na próxima reunião o Sr. Secretário de Segurança, autorizado inclusive pela Comissão de Justiça da Câmara, vá fazer uma explanação ao Conselho na primeira terça-feira do mês.

Estaremos sempre atentos aos nossos limites, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estaremos sempre atentos, porque não queremos, sob hipótese alguma,  nos intrometer, e, sim,  fazer o melhor possível. E aqui fazemos um apelo: que nos apoiem,  que nos ajudem a acertar, porque nós não tivemos uma norma, uma regulamentação determinada e estamos procurando o nosso caminho. Queremos fazer  muito. Que Deus nos ilumine e ilumine a todos integrantes desta Casa, para que possamos acertar. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Sr. José Elias Flores a fazer parte da Mesa.

Queria propor aos Srs. Vereadores que, embora não seja regimental, eu possa citar um por um dos líderes, e se o líder quiser dizer duas palavras, estamos com um microfone sem fio, graças a um trabalho de estrutura  muito bem feito.

Antes,  queria dizer que também estão aqui o Senhor Maurecy Santos, que ninguém sabe, é o Santinho, o nosso fotógrafo, o decano da fotografia da nossa Câmara e, quero crer, da Prefeitura como um todo. Ele está aqui também na condição de Conselheiro, Cidadão Honorário de Porto Alegre. Também está aqui a Sra. Giselda Castro, que nos honra muito como Conselheira dos Cidadãos Honorários. Se outros nomes chegarem, por favor eu peço à Assessoria que os traga à Mesa. Com a palavra o Ver. Carlos Garcia, Líder do PSB.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Gostaríamos de parabenizar o Conselho de Cidadãos Honorários por utilizar a tribuna nesta data que coincide com os 224 anos da nossa Câmara, porque essas pessoas são pessoas iluminadas, que ao longo de suas vidas deram  muito de contribuição para a nossa Cidade. Hoje vocês já fazem parte da nossa Casa. E vocês, eu tenho certeza, são o grande Conselho Consultivo da Câmara Municipal de Porto Alegre. Parabéns, e  continuem sempre brilhando. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra, para uma Comunicação de Líder pelo PSDB.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Para nós é uma satisfação muito grande estarmos aqui realizando esta Sessão Ordinária neste local maravilhoso que é o Mercado Público, e tendo os Cidadãos de Porto Alegre junto conosco. Acredito  que só isso basta para dizer da satisfação, não só nossa mas de todos os Vereadores e do  porto-alegrense, de ter uma Sessão aberta ao público. Obrigada.

 

 (Não revisto pela oradora. )

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Nereu D'Ávila, Líder do PDT, está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. Cidadãos Honorários. Essa foi uma idéia muito boa, porque o Cidadãos de Porto Alegre são aqueles escolhidos pelos Vereadores entre as pessoas de destaque nas suas comunidades. Qualquer tipo de título é avaliado, inclusive pela aprovação de, no caso Cidadão de Porto Alegre, por dois terços da Câmara, vinte dois votos. Então esta Câmara teve um cuidado muito grande, inclusive em limitar o número para que não houvesse uma proliferação, que desvalorizasse o título. E a idéia de que esses cidadãos se unissem em uma associação ou em uma representatividade fortalece essa representatividade. A presença dos Senhores e das Senhoras Cidadãs aqui hoje nesta Sessão dá um caráter especial, extraordinário a ela. Portanto, os nossos parabéns. Continuem nos auxiliando na tarefa de representar bem o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz, Líder do PTB e proponente desta idéia, está com a palavra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Nós queremos cumprimentar o Presidente do Conselho pelo trabalho que ele vem desenvolvendo, é um trabalho bastante árduo. Eu sei que não é um grupo muito grande de pessoas que estão dispostas a trabalhar para que essa idéia realmente possa crescer cada vez mais. Mas eu sei que esse grupo que está aqui é um grupo que está sempre presente. Então eu quero cumprimentá-los por tudo aquilo que vocês fazem, para que realmente nós tenhamos essas mentes brilhantes, que mereceram um título de reconhecimento, também discutindo os assuntos mais importantes da Cidade. Parabéns ao José Elias Flores e a todos aqueles que são cidadãos e que estão aqui presentes.            

Eu quero aproveitar, meu Presidente Clovis Ilgenfritz, porque a nossa querida Tereza Franco, queria uma Questão de Ordem e ela queria que eu pedisse a V. Exa.  Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador. )

 

A SRA. TEREZA FRANCO (Questão de Ordem): Sr. Presidente e demais presentes. Eu gostaria, já que estamos comemorando o aniversário da Câmara de Vereadores, que esta nossa Sessão Plenária aqui no Mercado Público se espalhasse nos Centros Comunitários, durante o restante do ano, para que pudéssemos comemorar o aniversário da Câmara o resto do ano. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: Não é uma Questão de Ordem, mas a Mesa aceita como Requerimento e considera muito importante, inclusive a Vereadora está levantando um problema que está sendo estudado pela Câmara, de levar a Câmara à comunidade  em especial para discutir as questões do Plano Diretor e outras questões, nas oito Regiões Geopolíticas que o Plano Diretor está propondo.

O Ver. Luiz Fernando Záchia, Líder do PMDB, está com a palavra.

 

O SR. LUIZ FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. José Elias Flores, Presidente do Conselho. Creio que a importância já foi dita por outros Vereadores, desta relação Câmara de Vereadores com o Conselho de Cidadãos, para que nós possamos, nessa troca de experiências, termos a nossa atividade parlamentar cada vez mais direcionada para o bem comum, que este é o objetivo maior da sociedade. Cumprimento a Câmara Municipal, através da sua Mesa Diretora, pela iniciativa e principalmente o Conselho dos Cidadãos. Que esses cidadãos possam,  cada vez mais, através das suas experiências, emprestá-las para nós para que possamos, pela nossa atividade parlamentar, fazer uso dela. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib, Líder do PPB, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu tenho profundo orgulho de ser Vereador de uma Câmara Municipal que tem à sua disposição um Conselho de Cidadãos Honorários que fazem o melhor de si para que nós tenhamos informações e para que tenhamos segurança, muitas vezes, naquilo que votamos. Eu cumprimento o Sr. José Elias Flores, Presidente do Conselho de Cidadãos e digo mais uma vez: sou muito feliz por conviver com vocês. Saúde e paz a todos. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida, Líder do PT, está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, eu quero parabenizar o Sr. José Elias Flores e através dele,  todos os Conselheiros Cidadãos Honorários de Porto Alegre.

Eu quero dizer que,  para chegar ao Título de Cidadão Honorário, é preciso já ter feito muita coisa pela Cidade de Porto Alegre. E mais importante ainda é que o Conselho de Cidadãos não só já fez muitas coisas como Cidadão Honorário, mas ampliou ainda mais ao constituir o Conselho e para continuar prestando serviços relevantes à cidadania e à Cidade de Porto Alegre. A Câmara de Vereadores, portanto, se orgulha de ter conferido títulos às pessoas, que não só honram a Cidade, honram o título, mas sobretudo, honram a cidadania e toda população da Cidade. Parabéns e continuem demonstrando esse alto grau de cidadania que têm tido ao longo de suas vidas. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Lauro Hagemann, Líder do PPS, está com a palavra.

 

O SR. LAURO HAGEMANN:  Prezado Presidente, prezado conterrâneo José Luiz Flores; prezados Vereadores. A Câmara de Porto Alegre, nesta tarde volta, a meu ver, aos seus primórdios. É uma ágora grega que nós estamos praticando. E tomara que nós possamos fazer isso com mais freqüência, porque é emblemática esta Sessão aqui no Mercado onde praticamente nasceu a Cidade. A Câmara volta ao seu lugar de origem que é no meio do povo. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol, Líder do PFL, está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quinze segundo é uma eternidade diante das muitas contribuições que o Conselho de Cidadãos tem propiciado a Câmara Municipal em especial e à Cidade de Porto Alegre em geral Essa circunstância de que os nossos homenageados assumem, objetivamente uma tarefa de contribuir com o desenvolvimento do nosso trabalho é uma demonstração objetiva, concreta e efetiva de uma grande democracia participativa, onde os vultos da Cidade, aqueles vultos que foram reconhecidos em seus valores pessoais, tanto que receberam a honraria de serem incluídos na galeria de Cidadãos Eméritos e Cidadãos Honorários da Cidade. A sua contribuição, repito, ao andamento da vida parlamentar e da vida da comunidade de Porto Alegre é um fato que esta Capital tem que registrar, assinalar, gizar e trombetear perante o mundo, como uma prova eficaz e eficiente da verdadeira democracia participativa. Muito obrigado à contribuição que os Senhores têm dado a nossa Cidade. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa agradece, por isso fez questão de registrar a todas as pessoas que nos assistem, nos ouvem, a nominata do colégio de Líderes da Câmara Municipal.

Eu quero dizer a todos, mais uma vez, da nossa satisfação  em poder estar ocupando este espaço em comum acordo com os permissionários do Mercado Público. E passar aqui mais uma vez o nosso recado, o nosso abraço, o nosso agradecimento e dizer que isso também é uma homenagem os permissionários e as pessoas que freqüentam o Mercado Público, que são milhares todos dias, fazendo deste ponto, não só de compras, mas de encontro, de discussões, de troca de idéias.

Nós queremos aproveitar este momento, da presença na Mesa do Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários, para dizer que amanhã à tarde, às 17 horas, a Câmara Municipal, por decisão da Mesa e em comum acordo com as Lideranças, fará uma homenagem e entrega de Títulos coletiva. Nós temos vários títulos de personalidade que foram aprovados na Câmara e alguns de vários anos atrás que não foram entregues porque não houve data para esse tipo de cerimônia. Então, por decisão da Mesa, por unanimidade, nós entendemos que seria o momento de nós fazermos essa entrega coletiva.

Eu vou pedir ao Senhor Secretário que leia rapidamente o nome das pessoas que receberão títulos amanhã às 17 horas na Câmara Municipal. E nós convidamos a todos para lá comparecerem, inclusive estarão conosco os representantes do Conselho de Cidadão Honorário para  saudarem os novos cidadãos e para convidarem para que participem do Conselho..

Quero agradecer a presença entre nós do Ex-Vereador Ervino Besson; do Vereador licenciado e que está  nos prestigiando, Ver. Henrique Fontana, que hoje é Secretário Municipal da Saúde; também a presença do Sr. Ubiratan de Souza,  que é Coordenador do Gabinete do Planejamento do Executivo Municipal. Eu convido a fazer parte da Mesa o Vice-Prefeito José Fortunati, que nos faz uma visita.

 

O SR. 1° SECRETÁRIO:  Vou ler o nome das pessoas que receberão títulos amanhã às 17 horas na Câmara Municipal de Porto Alegre. " Cidadãos Eméritos: Sr. Geraldo Tollens Linck; Sr. Geraldo Ferreira Lopes; Sr. Waldin de Lima; Sr. Hélio Joge Corá; Sr. João José de Assis Machado; Jornalista Melchiades Stricher, em memória; Sr. Luiz Carlos Paiva de Freitas e Sr. Felippe Perez Tarta. Títulos de Cidadão de Porto Alegre: Desembargador Antônio Augusto Fernandes; Sr. Jacques Távora Alfonsin; Sr. Octávio Germano; Padre Mário Tarani: Sra. Terezinha Gisela Irigaray;Sr Athos Rodrigues. Título de Líder Comunitário: Sr. Amaury Colares Osório; Sr. Paulo Rennê Bernhard; Sr. Odílio Santos Azevedo. Prêmio Literário Érico Veríssimo: Jornalista Eunice Jacques, em memória.

São essas as pessoas que receberão os Títulos.                 

 

O SR. PRESIDENTE:  Gostaria de frisar que estava na lista inicial o Ex-Deputado Federal, Sr. Floriciano Paixão, porém ele nos informou que, por vários motivos, não pôde comparecer, e acabou recebendo o título pelo correio, mas vamos convidá-lo para estar presente amanhã, como se estivesse recebendo o título. Peço ao Líder do PDT que faça esse convite como uma homenagem a esse cidadão.

Agradecemos  a presença do Sr. José Elias Flores, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários e agradecemos os pronunciamentos dos líderes de bancadas. Orgulhamo-nos de dizer que a Tribuna Popular é ocupada em quase todas as Sessões por entidades populares, sindicais, científicas, associativas. Hoje, ela foi ocupada pelas pessoas que, além de cidadãos comuns, participantes da política de Porto Alegre, representam mais de 450 títulos de cidadão honorífico que, no decorrer dos anos, foram oferecidos, inclusive, a cidadãos do mundo, como foi o caso do título ofertado ao Papa João Paulo II e ao Presidente da África do Sul, Sr. Mandella.  Esses cidadãos foram guindados ao título de Cidadãos Eméritos, quando são de Porto Alegre, ou ao título de Cidadão de Porto Alegre, quando não são de Porto Alegre. Hoje  esses cidadãos estão colaborando conosco de forma efetiva através de várias sugestões que estão sendo encaminhadas à Mesa e também às Comissões Permanentes.

Encerro o período da Tribuna Popular, agradecendo a presença de todos. os.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspende-se os trabalhos às 15h09min)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz – às 15h11min): Estão reabertos os trabalhos. Gostaríamos de fazer um agradecimento muito especial ao Engenheiro de Som, Sr. Egon  Rudy Alscher, que está nos dando uma assessoria  na reestruturação do som do Plenário Otávio Rocha, do futuro Teatro Glênio Peres e do som geral da Câmara Municipal, e hoje nos presta, nesta Sessão, uma assessoria gratuita. Agradecemos a ele, a sua equipe e aos funcionários do Setor de Sonografia, de Manutenção e Obras da Câmara.

Passo a palavra ao Vice-Prefeito e Secretário de Governo, Sr. José Fortunati.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhores que assistem a esta bela Sessão, que se realiza num dos locais mais democráticos desta Cidade: o Mercado Público. Este Mercado  traduz,  com muita propriedade, a Histórica da nossa Cidade e, certamente, a História da Câmara de Vereadores.

Em nome do Prefeito da Cidade, gostaria de dizer que é com muito orgulho que vemos o Poder Legislativo extremamente atuante. Falo com a experiência de quem, ao longo de dez anos, exerceu a sua atividade parlamentar e vejo que esta Câmara é uma das mais sérias, das mais atuantes, mais combativas e mais  participativas das questões da sua Cidade. Não tenho dúvida em afirmar, que alguém, que se encontre em Porto Alegre utilizando um cargo público, de que a Câmara de Vereadores da nossa cidade é realmente um grande orgulho para todos nós. Falo isso, enquanto alguém que conhece o Parlamento brasileiro, enquanto alguém que tem uma certa experiência  neste poder, que é tão importante. Eu  quero, nesse momento em que a Câmara comemora  os seus 224 anos, desejar a todos vocês um profícuo trabalho e que continuem com a mesma garra, com o mesmo brilhantismo, com a mesma tenacidade, com o mesmo diálogo, e isto é extremamente importante, com esta vontade do diálogo e que nós continuemos a pensar numa Porto Alegre cada vez melhor.

 Eu tenho a  certeza de que, ano após anos, nós, de forma plural, como a própria democracia assim o exige, com uma ampla  participação do Poder Executivo e do Poder Legislativo  com a Cidade de Porto Alegre e que nós possamos torná-la cada vez mais alegre, cada vez melhor. Parabéns a vocês, parabéns a Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, hoje, o Grande Expediente está determinado para que realizemos uma homenagem aos 50 anos do Grupo de Auto-Ajuda dos Alcoólicos Anônimos - 50 Anos no Brasil. Eu requeiro  a modificação da seqüência dos nossos trabalhos para que nós, imediatamente, entremos no Grande Expediente e que, em seguida, voltemos à seqüência normal da Sessão.

 

O SR. REGINALDO PUJOL:  Sr. Presidente, a ressalva do período de Liderança é até despicienda. Durante o Grande Expediente, podem ocorrer as Comunicações de Liderança, que só não podem ocorrer durante a Ordem do Dia. Então, não há inconveniente nenhum de ser feita esta alteração. Eu até diria que deveríamos alterar o Grande Expediente e, também, o Período de Comunicações, para que fique mais aberta a possibilidade de participação na homenagem que se faz a esta Entidade tão benemérita.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa a V. Exa. que já havia o pedido de Liderança por parte do Ver. João Dib, apenas pede-se licença para votar, primeiro, este Requerimento, sem prejuízo do uso do tempo de Liderança, que pode ser feito a qualquer momento,  menos na  Ordem do Dia.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que é o autor do Requerimento.  (Pausa.) Os Senhores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa. ) APROVADO,  por unanimidade.

O Ver. João Dib está com a palavra, em tempo de Liderança.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nada mais oportuno do que realizar esta Sessão Solene da Câmara Municipal, dentro dos festejos dos seus 224 Anos, aqui, no Mercado Público.

O Mercado Público está bonito. Mas o Mercado Público está muito doente. O Mercado Público não tem a assistência do Secretário Municipal de Indústria e Comércio. O Mercado Público precisa ser analisado de forma diferente do que está ocorrendo até agora. O Secretário Municipal de Indústria e Comércio, do alto da sua prepotência, do alto da sua arrogância, não atende nem o Poder Legislativo, que dirá os permissionários das Bancas que aqui trabalham, alguns, há 40 ou 50 anos. Ontem, mesmo, marcávamos uma audiência com o Secretário, na Câmara Municipal, com seis Vereadores, às 4 horas e 30 minutos. O Sr. Secretário não compareceu, mas telefonou ao meu gabinete, dizendo que iria estar presente na audiência em que tínhamos com o Prefeito, às 5 horas e 30 minutos. Mas não eram os seis Vereadores que estariam na audiência do Prefeito, dois dos seis estariam lá. Mas, nem às 5 horas e 30 minutos o Sr. Secretário da Indústria e Comércio compareceu. É um desrespeito profundo ao Poder legislativo. Eu friso, ao Poder Legislativo. E uma despreocupação com o que acontece com as pessoas que dão a sua vida, lutam neste Mercado há décadas. Ele não tem interesse. O Mercado ficou bonito, mas não ficou bom para trabalhar. Ficou muito caro! Alguns empataram dinheiro durante a sua recuperação e não têm condições de repor este dinheiro. E o Secretário cobra apenas 10% ao mês e mais 1% de juro. Nós estamos imensamente preocupados e estamos cuidando do problema do Mercado há alguns meses e não falávamos, porque buscávamos solução. O Ver. Adeli Sell num momento certo, correto e importante colocou a sua palavra na tribuna e nos levou  - Vereadores Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo, Fernando Záchia,  este Vereador e agora a Vera. Anamaria Negroni, também - a trazer a público algumas das coisas que nós tínhamos levantado. Hoje nós vamos entregar à Associação do Mercado, em nome dos seis Vereadores, um questionário para ser preenchido, não queremos que ele volte identificado, só queremos que cada um fale com  tranqüilidade o que precisa ser falado, e só estamos entregando hoje, porque o Secretário da Indústria e Comércio, do alto da sua arrogância, do alto da sua prepotência, ficou de encaminhar a lista dos permissionários, para este Vereador, e não o fez. O Secretário tem que entender que ele trabalha para o Mercado, e não o Mercado trabalha para a Prefeitura. É necessário que o Prefeito faça menos reuniões com os seus Secretários, e sinta um pouco mais dos problemas que esta Cidade tem, e entre eles está o problema do Mercado Público. Nós não queremos bancas fechando aqui, como está acontecendo com o Chalé da Praça XV, que tem a mesma idade, ou mais, do que o Mercado.

Nós  precisamos que haja sensibilidade no Governo e não força, não prepotência, não arrogância, que é o que está acontecendo. O Secretário não fala com os permissionários. Ora, por que ele vai falar com os permissionários, se ele marca com os Vereadores e não vai, e fica tudo por isso mesmo. Marca num mesmo dia duas vezes e não vai em nenhuma das vezes. Se ele não atende os Vereadores, ele vai atender os permissionários? Nós somos o Poder Legislativo, o outro lado é o Poder Executivo. Nós somos iguais, independentes e harmônicos, mas parece que o Secretário é mais até do que o próprio Prefeito. É mais do que a sua própria Bancada, porque ele decide da forma que quer. Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós não queríamos fazer divulgação sobre as maldades que aqui ocorrem, sobre os destemperos do Secretário de Indústria e Comércio, mas vamos fazer com que esse questionário chegue às mãos da Associação para que levante os problemas e nós possamos, na Câmara Municipal, fazer a análise.

Eu já havia proposto à Vera. Maria do Rosário que ouvíssemos os funcionários na sua Comissão,  para que pudéssemos fazer alguma coisa em benefício do Mercado, que ficou bonito, mas não está bom. Houve deslocamentos, houve retiradas, houve confusões e a propagando é de que ele não é um shopping, é um mercado, mas não é verdade. Precisamos de mais atenção de S. Exa. o Sr. Dr. Zeca Moraes, que gosta de ser chamado assim. Ele parece popular, pois quer ser chamado de Zeca Moraes, mas é arrogante, prepotente e dono da verdade. No mais, saúde e paz! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE:  A Mesa informa ao público presente, que todos os pronunciamentos em  Comunicação de Liderança são absolutamente livres e exclusivos do Partido, que assim o faz.

Nós queremos agradecer a presença do Sr. Darci Jacob, que é Vereador do PDT, em Alvorada, e está nos visitando. Agradecemos, também, e faço questão de fazer com que esse som chegue até o Restaurante Marco Zero, que em apoio a esta reunião, nos cedeu a louça - copos, xícaras - para a nossa água e o nosso cafezinho, e agradecer à Coordenadora de Obras do Mercado Público, a Arquiteta Vera Becker, que também não mediu esforços para proporcionar que este espaço pudesse ser utilizado pela Câmara Municipal.

Passamos, agora, para o período de

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje, este período está destinado, conforme requerimento que resultou no Projeto de Lei do Legislativo nº 78, do Processo nº 1228, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, para homenagear os 50 anos da presença dos grupos de Auto-Ajuda de Alcoólicos Anônimos do Brasil.

Convidamos a fazer parte da Mesa, além deste Presidente e do 1º Secretário, Ver. Paulo Brum, do Representante dos Alcoólicos Anônimos, Presidente da Cruz Vermelha,  Sra. Marili Dolisnki Morshak.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uso a presente Questão de Ordem para formular um importante esclarecimento, que me solicitou que eu fizesse, em nome da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos da Câmara Municipal de Porto Alegre, informando a V. Exa. e aos Srs. Vereadores, que aquela Comissão já deliberou em Sessão anterior em convidar a Direção da Associação dos Permissionários do Mercado Público, bem como aquelas pessoas que formularam e apresentaram as suas reclamações, e convidar, também, o Secretário Municipal da Indústria e Comércio para se fazer presente numa reunião da Comissão de Direitos Humanos. Até porque essa questão é extremamente importante no dia em que se realiza esta Sessão, assinalando os 224 anos da Câmara Municipal, no Mercado Público de Porto Alegre. Ainda porque, até para registro, ainda ontem estivemos com o Secretário Municipal da Indústria e Comércio, temos a convicção de que ele, com a sua sensibilidade de homem público e responsável, grandemente, até pelo trabalho deste Mercado Público, dará toda a sua contribuição para um bom andamento do trabalho e  equacionamento do problema.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, constrangidamente, diz a V. Exa. de que não se tratou de uma Questão de Ordem, e o esclarecimento é extemporâneo, porque V. Exa. poderia ter pedido tempo de Liderança. Não foi aceita a sua posição, embora muito respeitável.

Continuaremos os trabalhos, convidando a fazer parte da Mesa o Presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes, Dr. Manoel Garcia Júnior.

Uma vez composta a Mesa passamos a palavra ao Ver. Guilherme Barbosa, proponente e autor do Requerimento.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) demais presentes e amigos que participam da luta contra o abuso das drogas.

O mestre Aurélio Buarque de Holanda Ferreira define a palavra droga como sendo qualquer substância ou ingrediente que se usa em farmácia, em tinturaria, etc. ; medicamento ou substância entorpecente, alucinógena e excitante, como por exemplo, a maconha e a cocaína, ingerida, em geral, com o intuito de alterar, transitoriamente, a personalidade; além de dar outros significados para essa palavra. Como vêem os senhores, o álcool não foi listado, pelo mestre Aurélio, como exemplo de droga. O álcool etílico, no entanto é uma das mais impactantes drogas usada em quase todo o mundo. É considerada lícita, socialmente aceita, e além disso, é incentivada. As bebidas alcoólicas são objeto de milionárias campanhas  publicitárias, associando-as sempre a belas pessoas, em situações agradáveis, pilotando, muitas vezes, os seus maravilhosos automóveis. Recentemente, o nosso grande atleta Ronaldinho vendeu a sua imagem de melhor jogador de futebol do mundo para promover uma determinada marca de cerveja que, com certeza, ele próprio não consome, pois lhe prejudicaria a carreira vitoriosa.

As estatísticas ligadas ao álcool são estarrecedoras. As bebidas alcoólicas, quando consumidas  em excesso, são responsáveis por graves problemas individuais e coletivos.  Problemas que atingem não só o próprio alcoólico mas  a sua família e o seu local de trabalho. Problemas que se estendem ao trânsito, à segurança pública, e até mesmo à economia dos países. Vejamos alguns dados que ilustram o que estamos afirmando. As entidades que trabalham com o tema, consideram que 10% da população do Brasil é alcoolista, e que na população economicamente ativa esse índice chega à 20%. Nas empresas, portanto, temos um quinto dos seus componentes, qualquer que seja o seu nível ocupacional ou seu nível de escolaridade, com sérios problemas com o álcool. As conseqüências são conhecidas: alto índice de absenteísmo e acidentes de trabalho, sendo este último três vezes maior, quando comparado com o grupo que tem outra relação com essa droga.

Os acidentes de trânsito, Sr. Presidente, no Brasil, matam cerca de 50 mil pessoas por ano, e dessas não menos do que trinta mil são vitimadas em acidentes causados por abuso de drogas, principalmente o álcool. Esses dados são semelhantes em várias outras nações do Planeta. Muito recentemente, há alguns dias, um acidente vitimou a Princesa Diana e seu namorado, que parece ter sido conseqüência da combinação de fotógrafos inescrupulosos com o excesso de bebida alcoólica ingerida pelo motorista que os conduzia.  Oitenta e dois por cento das crianças espancadas nos Estados Unidos sofreram  agressões praticadas por pais alcoolistas. Em São Paulo, 52% dos sérios problemas familiares foram causados pelo abuso do álcool. Em nossa Capital, Porto Alegre, quase a totalidade das mulheres agredidas fisicamente o foram por homens alcoolizados. A essa altura da intervenção cabe perguntar: quem, afinal, é o alcoólatra? O que vem a ser, de fato, o alcoolismo?

 Pode-se definir o alcoolismo como a ingestão de elevada quantidade de bebida que contém álcool,  de tal forma que os principais aspectos da vida individual, tais como, o trabalho, o estudo, as relações familiares, a segurança e a saúde pessoal, são repetida e seriamente afetadas por ela. O alcoolismo é considerado uma doença, seguindo um curso característico com sintomas físicos, psicológicos e  sociais conhecidos. O alcoólico continua a consumir álcool apesar das suas conseqüências destruidoras. O alcoolismo é grave, progressivo e irreversível; se não for tratado pode ser fatal. Sabe-se que se a doença  se desenvolver, o alcoolista nunca mais beberá normalmente. No entanto, o alcoólico que parar de beber - e esta é uma tarefa muito árdua - poderá recupera-se e dominar novamente todos os impulsos de sua vida.

O alcoolismo produz impactos psicológicos diretos no indivíduo, que atingem um largo espectro da sociedade. Nos Estados Unidos da América, estima-se que uma família em cada três é afetada de alguma forma por um problema causado pela bebida. Filhos de alcoólicos podem ser atingidos de várias maneiras: a primeira delas é tornarem-se, também, alcoólicos, o que ocorre com freqüência. Além disso, podem ocorrer distúrbios de fala, hiperatividade, problemas psicossomáticos e escolares, comportamento anti-social e uso de outras drogas. O tipo de problema varia com a idade e o sexo das crianças.

Embora esteja submetido a um distúrbio de muita complexidade, o alcoolista pode ser recuperado, como já disse antes. Talvez o programa mais conhecido e de maior sucesso na recuperação de alcoólicos seja o empreendido pela organização denominada Alcoólicos Anônimos, ou como também é conhecida e mais comumente chamada, o "AA". Fundada em 1935 nos Estados Unidos,  pelo Dr. Robert Smith e pelo senhor Bill Wilson, hoje está presente em mais de 150 países e possui mais de 90.000 grupos locais, congregando mais de 2 milhões de pessoas. Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de homens e mulheres que se ajudam mutuamente a manter a sobriedade e que se oferecem para  compartilhar  livremente sua experiência na recuperação com outros que possam ter problemas com seu modo de beber. Apesar de já terem conseguido a sobriedade para várias centenas de milhares de pessoas, os AA reconhecem que seu programa não é sempre eficaz com todos os alcoólicos e que alguns necessitam de aconselhamento e tratamento profissional.

Os AA preocupam-se, unicamente, com a recuperação pessoal dos alcoólicos que procuram socorro na irmandade. O movimento não se dedica à pesquisa sobre alcoolismo ou ao tratamento médico ou psiquiátrico, além de não apoiar qualquer causa, embora os seus membros possam fazê-lo enquanto indivíduos. O único requisito para se tornar membro é o desejo de parar de beber, não havendo necessidade de pagar taxas ou mensalidades. O AA é auto-suficiente através de seus membros e Grupos, recusando contribuições de fontes externas. Os seus membros preservam seu anonimato pessoal em contato com imprensa, filmes e outros meios de comunicação.

Pouco tem-se documentado sobre a formação do primeiro Grupo AA no Brasil. O que se pode afirmar é que esse Grupo, inicialmente, era formado por norte-americanos a serviço no Rio de Janeiro e que o idioma das reuniões, que no início eram sediadas nas casas ou apartamentos dos componentes, era o inglês. A data de sua fundação ficou registrada como 5 de setembro de 1947.

Até abril deste ano, o Brasil já contava com 7648 Grupos espalhados por todo o território nacional, ajudando a recuperar vidas e sonhos, a retirar do domínio do álcool seres humanos que,  logo em seguida,  dão-se as mãos para formar uma corrente extremamente forte, apesar de elos individualmente tão frágeis, porque repleta de solidariedade.

Aos Alcoólicos Anônimos, que completam 50 anos no Brasil, quero registrar a minha mais profunda admiração pela tenacidade, pela força de vontade, pela capacidade de lutar junto ao irmão que sofre da mesma doença. Àqueles que foram ao fundo do poço, no limite extremo de suas forças, e de lá emergiram erguendo a cabeça com dignidade, mas, acima de tudo, permanecendo atento para estender a mão a quem precisa, rendo minha mais profunda admiração. A estes, que perseveram na luta diária por mais vinte e quatro horas de sobriedade, creio, podemos chamar de homens e mulheres com letras maiúsculas.

O ideal seria não precisarmos dos AA, mas enquanto houver alguém escravizado pelo álcool, será necessária a sua presença. Nessas condições, desejo longa vida à  irmandade dos Alcoólicos Anônimos!

Por fim, mesmo não fazendo parte da organização, desejo do fundo do coração: mais um dia de sobriedade, companheiros! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença, como extensão da Mesa, dos representantes da Coordenação Estadual dos Alcoólicos Anônimos; do Conselheiro do Conselho Municipal de Entorpecentes, Sr. Moacir Sampaio e  da Coordenadora do Projeto de Prevenção do Uso de Drogas, Sra. Leda Pereira. Esclareço que a Sra. Leda Pereira  representa o SESI; também  registramos a  presença do  especialista em Segurança de Trânsito, Engº Mauri Panitz; do Coordenador Geral do Gabinete de Planejamento da Prefeitura Municipal, que também já foi anunciado,  o Sr. Ubiratan de Souz e do Representante da Comunidade Terapêutica Oásis e da Pastoral Penitenciária, Sr. Sérgio Ivan Borges e representando, ainda, a Coordenação da Associação Fraternal de Recuperação Universal.

Quero também registrar, com muita alegria, a presença de um grande amigo, Lauro Uchoa, que é Assistente Social e Terapeuta Familiar, Ex-Presidente do COMEN. Isso é muito importante, e fazemos questão de frisar, neste momento, a presença dessas pessoas, e muitas outras que não querem sair do anonimato. Queremos aproveitar a oportunidade para agradecer a presença, neste momento, nesta Sessão Ordinária da Câmara Municipal, dos Conselheiros do Orçamento Participativo, que vieram em grupo para prestigiar este ato, Sr. Luiz Osório Valbau, Pedro Martins de Oliveira, Felisberto Luisi, Maria Verônica Dariva, João Valdir Correa, Elizabete Martins e José Sampaio. Sejam bem-vindos, e em nome da Mesa da Câmara Municipal,  agradecemos pela  presença.

O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente,  Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa e presentes.) Neste momento falamos em nome do PTB, conseqüentemente em nome do nosso Líder, Ver. Luiz Braz, 1º Secretário Ver. Paulo Brum, e também temos a honra de representar e falar em nome do PFL e PSDB.

Hoje, neste período destinado a assinalar os 50 anos de presença no Brasil dos grupos de auto-ajuda aos Alcoólatras Anônimos, por uma proposição do Ver. Guilherme Barbosa, a quem, neste momento, manifestamos nossa palavra de gratidão e fraternidade pela brilhante iniciativa pois o ilustre colega tem estado sempre atento a essa grande  preocupação que assola a nossa sociedade.

O alcoólatra, com o passar do tempo,  perde os valores que lhe são atribuídos. Perde o que lhe é mais importante na sua vida, perde a sua própria personalidade, perde a sua família. O alcoólatra, imbuído de um hábito que,  às vezes,  é inerente a sua própria vontade, submete-se a coisas ridículas na vida. Pessoas às vezes de alto conceito vão ao declínio, perdendo o respeito dos demais, perdendo a dignidade, perdendo o emprego. Vemos atingido o que tem de maior valor na vida do ser humano, que é a família. Na nossa caminhada,  encontramos pessoas a quem,  fora do efeito do álcool,  poderíamos tributar  e manifestar a maior confiança,  mas depois, sob o efeito do alcoolismo, as vemos  jogadas ao léu, abandonadas pelos amigos, abandonadas pelos parentes. E aí tomamos conhecimento que existe um grandioso trabalho que vai além do atendimento ao dependente que é o trabalho promovido pelo AA, que manifesta um apoio especial àquele que deseja libertar-se do vício do álcool. Vamos mais além: essa Associação, que se manifesta como um grupo  autônomo de ajuda aos alcoólicos anônimos do Brasil, apresentando um desenvolvimento, há muitos anos, pois hoje já comemoramos os seus 50 anos,  vai além do dependente. Através do Projeto ALANON,  é feita uma orientação especial de como conviver e ajudar um membro da família que esteja doente, assim atingem, também, a família. Num trabalho de conscientização da família, trazem-na à realidade de que há escape  e de que podem resgatar aquela vida, que muitas vezes está jogada na sarjeta.

Com muita propriedade ouvimos, aqui, o Ver. Guilherme Barbosa, trazendo estatísticas reais, completas, com informações que retratam esse quadro tão triste da sociedade, não apenas da sociedade brasileira, mas da sociedade mundial  pessoas   que   estão perdendo o sentido da vida. Manifestamos  a nossa homenagem especial ao grupo de Auto-Ajuda Alcoólicos Anônimos do Brasil, aos que aqui  o representam, nesta homenagem aos 50 anos da entidade, dizendo-lhes que,  como religioso, acompanhamos essa situação. Vivemos esse momento e conhecemos casos de muitas pessoas que já passaram pelos AA,  ou outros grupos, que tentam o resgate dessa situação, e às vezes nos deparamos com situações difíceis e até podemos dizer, impossíveis.

Não poderia deixar passar este momento sem falar de um recurso importante, onde está explícita e registrada a palavra de Deus: a Bíblia Sagrada, que reputo como a instância última de uma pessoa que está jogada ao léu, dominada pelo vício do álcool. No Evangelho de João, Capítulo 8, versículo 32, temos um versículo bíblico que diz: " E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Essas expressões foram de Jesus. Jesus disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Jesus manifestou-se como a verdade. Hoje, estamos homenageando esse grupo que luta pela libertação de pessoas escravizadas. Mas este Vereador manifesta, também, a grata satisfação de ter vários testemunhos de vidas que eram irremediavelmente perdidas, que estavam jogadas, mas por uma manifestação de crença no Deus verdadeiro, que pode libertar, eles foram verdadeiramente libertos.

Para concluir, Sr. Presidente, manifesto o meu apoio a esse Grupo, a essa liderança, dizendo que estamos ao seu lado, pedindo que esse Deus os ajude e  abençoe, e que muitas e muitas vidas possam ser resgatadas da escravidão do álcool. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra.

 

O SR. HÉLIO CORBELINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os demais componentes da Mesa.) Reverencio as demais entidades que aqui estão.

Hoje, pela manhã, vendo o espelho da Sessão, meu nome constava do Grande Expediente, que se destinava a homenagear o AA, fui caminhar, andar na maravilhosa estrada da Internet, e ali encontrei um documento extremamente instigante, provocador, que relata todas as coisas, todos os males que o álcool e os entorpecentes causam. Coloca na história a evolução do álcool e dos entorpecentes, desde muito antes da era cristã. Hoje, sem dúvida, todo  mundo está se perguntando quem, afinal, é o culpado da morte de Lady Di? É o álcool ou são os "paparazzi"? Esse documento, cujo título é "Álcool - morte e violência", e não o lerei todo,  tem dados que são fundamentais e que devem ser gravados na nossa consciência. É importante que nesta Sessão histórica eles também sejam gravados nos Anais da Câmara. Pesquisas realizadas pelo Instituto Médico Legal de São Paulo, durante um ano, revelaram que em cada 100 corpos, que dão entrada naquele Instituto, 95 têm álcool no corpo. A presença da cocaína cheirada ou fumada em forma de "crack", foi encontrada em 407 corpos, representando 2,12%, enquanto outros psicotrópicos  foram detectados em 320 cadáveres. O álcool foi responsável por 76.6 mil acidentes de trânsito, com vítimas, ocorridos em 1995, no Brasil. Já está confirmado um jargão de que “a melhor receita para uma morte é uma arma na mão, um copo de aguardente ou uma droga na cabeça”.

 Na gíria policial, e é interessante isso, o álcool provoca três momentos: o momento do macaco, o momento do leão e o momento do porco. O momento do macaco é o momento da euforia, o do leão é o momento em que o álcool traz coragem, e o momento do porco é aquele em que o cidadão está caído, adormecido, ou fazendo porquice. E quando acontecem as mortes nos bares, que é onde se localiza a maior quantidade de homicídios? É no momento em que o macaco enfrenta o leão. Esse é o momento em que se dá o assassinato.

 É interessante - e já foi até citada a Bíblia - que se faça um retrospecto para saber o que acontece, como essas coisas estão impressas em nossas culturas, através do tempo e da história da civilização. Noé - e está no "Génesis" da Bíblia - usava maconha para compensar suas dores. As filhas de Ló usavam a maconha e o álcool para dormir com seu pai, para garantir a seqüência da sua prole. Em outras passagens da Bíblia também surge a   bebida  e a droga, mesmo  nas passagens de Jesus Cristo, no famoso Discurso da Montanha, nos casamentos, sempre ele surgiu. Há três mil anos, antes de Cristo, os reis chineses usavam a maconha para o alívio da dor; no Oriente médio, como ritual; no Extremo Oriente, também há três mil anos antes de Cristo, o ópio era relaxante e analgésico. Na América Latina, mil anos antes de Cristo, a cocaína era usada como ritual, e na América Central os cactus e cogumelos  também eram usados como ritual. Afinal, se as civilizações antigas usavam as drogas para, basicamente, atender a rituais, para atender questões de saúde, o que é que aconteceu?

Na Idade Média e na Civilização Moderna começou a transmutação de cultura, que é a utilização de valores de outras culturas para derrotar a sua própria cultura. Temos passagens perversíssimas na história. Nos Estados Unidos, usando as próprias bebidas alcoólicas, o colonizador dizimou os índios; na América Latina o colonizador, utilizando o remédio da cocaína, aniquilou  os povos indígenas, e assim por diante. Na história nós temos perversas situações. Hoje, e é interessante o que lerei nesse documento, é que “o fator determinante no uso de substâncias psicoativas é a do ganho político de quem detém a sua posse e o seu controle”. O que acontece hoje, no mundo, é a utilização política na detenção do poder de que o detém e de quem o distribui. Algo que poderia ser bom, que poderia ser utilizado em benefício da sociedade, não o é. E hoje todos os discursos vão mostrar a perversidade dessas conseqüências, porque o álcool, enquanto o alcoolismo não for reconhecido e aceito por toda a sociedade como uma doença incurável e irreversível, e que é um compromisso social de todo homem público, e é um compromisso de todos os agentes intervenientes na sociedade, seja Poder Público ou poder privado. Se não tomarmos essa consciência nós, inexoravelmente, vamos continuar com, por exemplo, 40% dos funcionários públicos do Brasil sendo viciados em álcool, 40% de toda mão ativa consome álcool, os gastos com a saúde, e tudo isso que os senhores ouvirão hoje, desfilando em termos de dados absolutamente desastrosos. A questão é de duas vias.

Para finalizar, quero dizer aos AAs que a coisa mais maravilhosa dos AAs é elas serem anônimas. O anonimato recria a fraternidade, recria a cidadania. Meus parabéns, e desejo toda a força a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE  (Isaac Ainhorn): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores (Saúda os demais componentes da Mesa.)  É  com muita honra que a nossa Câmara  Municipal na oportunidade em que comemora 224 anos de existência, homenageia a presença no Brasil por cinqüenta anos do grupo  de Auto-Ajuda Alcoólicos Anônimos. E o nosso partido, Partido Progressista Brasileiro que mantém em seu programa partidário a defesa da família, e em nome deste Partido e de nossos Vereadores, João Antonio Dib e Pedro Américo Leal é que nós, em defesa dessa família, agradecemos o imenso trabalho que os AAs  e os ALANONs prestam à sociedade.

Esta família, que o Papa João Paulo II, que daqui um mês estará em nosso País, chama de célula fundamental  da sociedade, e que eu aduzo que ainda é a grande reserva de qualidade da nossa sociedade, desta família que se vê ameaçada pelas drogas, e hoje, especialmente, pelo alcoolismo. Essa família que deve ser preservada e que os AAs estão ajudando para o seu fortalecimento. Como símbolo desse trabalho anônimo, desprendido e gratuito, lembro e acompanho de perto o imenso trabalho de Sérgio Ivan Borges, que há tanto tempo vem batalhando para o crescimento da família em acabar com esse desvio de comportamento. E gostaria, Senhoras e Senhores, de lembrar alguns sinais de alerta, de fatos que estão acontecendo na  nossa sociedade, para os quais peço imensa atenção. Por exemplo, o aumento de consumo de drogas pela nossa juventude, e no  momento em que a mulher começa a se sobressair na sociedade, lamentavelmente, aumenta o consumo de drogas e de álcool no sexo feminino, e, principalmente, nas jovens mulheres de hoje. Isso nos preocupa. Preocupa-nos também, e é um sinal de alerta, a imensa propaganda que estimula e induz o consumo de álcool em nosso País. São sinais de alerta com que a sociedade deve se preocupar.

E aos pais, o que cabe a eles nesse desvio de comportamento dos seus filhos? Nos Estados Unidos foi feita uma pesquisa  que durante dez anos acompanhou a evolução do consumo de drogas. E foi feita uma pergunta apenas aos senhores pais, aos mil pais  selecionados e, durante dez anos, a mesma pergunta: onde estão seus filhos neste momento?  Aqueles pais que não tinham certeza de onde seus filhos estavam, ou que realmente não sabiam onde os filhos se encontravam, o aumento de consumo de drogas foi de 80% superior àqueles pais que sabiam onde seus filhos se encontravam. Então, Srs. Pais, monitoramento é muito importante. Também o diálogo entre marido e mulher, o diálogo entre pais e filhos.

 

O SR. PRESIDENTE:  Vereador Nedel, esta Presidência informa,  tendo em vista as condições excepcionais de trabalho, que falta um minuto  para o senhor concluir seu pronunciamento.

 

O SR. JOÃO NEDEL: O diálogo entre pais e filhos, também deve ser estimulado. E, principalmente, Srs. Pais, o exemplo. Don Antonio "Scheuwich" afirma categoricamente que os pais podem ser cegos, surdos ou mudos, mas se derem o exemplo, os seus filhos estão salvos. Pais, dêem bons exemplos aos seus filhos.

E, Senhores, levar um alcoolista para os AAs é um ato de amor. Parabéns ao grupo de Auto-ajuda aos Alcoólicos Anônimos pelo seu grande trabalho de recuperação da sociedade e desse grande  tesouro que é a família. Vocês, alcoólatras anônimos, estão ajudando a construir um mundo muito melhor. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Neste momento passamos a direção dos trabalhos ao Presidente desta Câmara Municipal, que de forma extraordinária, realiza  a Sessão Ordinária nos autos do Mercado Público em comemoração aos 224 anos do Legislativo Municipal. Passamos a presidência ao Sr. Clovis Ilgenfritz para que dê continuidade aos  trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Agradeço as palavras e a presença do Primeiro Vice-Presidente Isaac Ainhorn, e passo a palavra à Sra. Marili  Dulinsky Morshac para falar em nome dos homenageados.

 

A SRA. MARILI MORSHAK: Em primeiro lugar, gostaria de cumprimentar a Mesa, o Ilustre Presidente da Câmara Municipal, o Sr. Secretário, bem como o Ver. Isaac Ainhorn e o Presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes que, para nossa felicidade, também faz parte do nosso Conselho da Cruz Vermelha. Também gostaria de cumprimentar o nosso grande amigo, Engenheiro  Mauri Panitz, técnico em segurança de trânsito, nosso Ex-Presidente. E tantos  outros companheiros como Lauro Uchôa, assistente social e também colaborador da Cruz Vermelha; Ivan Borges e tantas outras pessoas aqui presentes. Quero parabenizar também a organização da Câmara Municipal, que teve a felicidade de escolher esse espaço, que, para nossa  felicidade, é um espaço muito bonito, e eu, como artista plástica, acho de extremo bom gosto. E também gostaria de agradecer a nossa participação como  Presidente da Cruz Vermelha para falar em nome do AA.

O AA, como todos já sabem,  e foi amplamente divulgado, é um órgão de âmbito internacional. Para nossa felicidade na Cruz Vermelha, o AA embora seja um grupo independente, está sediado nas dependências da Cruz Vermelha. É um órgão importante na recuperação de dependentes do alcoolismo e também no tratamento de suas famílias. Quero parabenizar esse grupo porque realmente é de extrema importância  na comunidade brasileira, e especialmente aqui no Rio Grande do Sul. O Grupo AA  é formado de homens e mulheres de garra, de tenacidade, de boa-vontade, estão regularmente reunidos até mesmo em feriados, domingos, e fazem isso com um verdadeiro compromisso. Acredito que as palavras já  expressadas pelos Srs. Vereadores, e realmente o Grupo AA faz parte da comunidade brasileira e devemos dar apoio, não só a esse  grupo, mas a todos os grupos de auto-ajuda que tanto lutam para sair da dependência química. Agradeço e parabenizo a todos os Vereadores que se dispuseram a estar aqui a prestar esta homenagem ao Grupo AA, e como este grupo preserva o seu anonimato, por esse motivo que a Cruz Vermelha Brasileira está participando neste momento. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ouvimos as palavras da Sra. Marili, e queríamos enfatizar aqui, a todos os Srs. Vereadores e a todos os que nos dão a honra de estar aqui nesta Sessão Ordinária, mas com esse caráter extraordinário de realizar-se nos altos do Mercado Público. Queria dizer   ao Dr. Manoel Garcia Júnior, que apesar de ter atendido alguns problemas,  escutei os discursos dos nossos colegas Vereadores, a partir do Vereador proponente e todos os demais. Foram discursos que passaram,  além da preocupação com o problema, passaram muito sentimento, muito coração. E acho que isso é um dos pontos que devemos salientar. Tenho certeza que serão levados adiante todos esses processos de auto-ajuda e que nós, Vereadores, temos compromisso como representantes da população em incentivar, apoiar, ajudar e até participar do que for possível. Agradecemos mais uma vez a presença da Sra. Marili e do Dr. Manoel Garcia Júnior que vieram à Mesa representando todos os demais. Suspendemos a Sessão por alguns minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos ás 16h25min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 16h2631min): Estão reabertos os trabalhos.  A Sra. Marli  estava sensibilizada, esteve aqui assim mesmo para cumprir o que tinha sido proposto. Apresentamos nossos pêsames,  em nome da Mesa e dos demais Vereadores,  à Sra. Marili, e agradecemos mais uma vez que ela tenha vindo. Também agradecemos, como já fizemos com o Restaurante Marco Zero, agora ao Restaurante Gambrinos pela água mineral que foi oferecida pelo nosso amigo Antônio Dias de Melo. 

Peço licença a os Srs. Vereadores,  para convidar a que viesse até a Mesa para ficar conosco, o Presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público, nosso amigo Antonio Dias de Melo.

Assim estamos homenageando os permissionários através do seu Presidente, da sua Diretoria, que estão aqui ouvindo, queiram ou não, os nossos discursos. Cito também os membros da administração da Associação dos Permissionários, Cláudio Klein, César Miranda, Horestes Gabardo, Fortunatto, Terezinha Dávila,  Julinho, que trabalham  pelo interesse comum dos permissionários do Mercado Público. E dizer para os que não têm  essa informação, que são 106 permissionários no Mercado Público e que poderão ter mais 29 permissionários já previstos na reforma que houve para uma licitação pública. Existe ainda a oportunidade de outros permissionários no piso térreo. Nós que somos porto-alegrenses e temos o Mercado no nosso coração, cumprimentamos o Presidente Antonio Dias de Melo.

Digo aos Srs. Vereadores e Vereadoras que estamos com uma cobertura de imprensa que faço questão de frisar, além do que já foi dito a Rádio Pampa, do jornalista  Raul Moreau, temos Elenice Duenhas, do Jornal do  Comércio; Dulce Emerin da Zero Hora; jornalista Fernando Cássio do Correio do Povo; jornalista Renato Sagrera da Rádio  Guaíba; Gerson Ranzolin da Rádio CBN, e ainda os fotógrafos Mauro Vieira da Zero Hora e Ricardo Striker, nosso companheiro municipário e trabalhador da Prefeitura. É importante dizer aos Srs. Vereadores que o Setor de Comunicação e de Imprensa da Prefeitura aqui no Paço Municipal foi colocado à disposição, sua infra-estrutura, e uma colaboração íntima  conosco para que esse evento se realizasse sem maiores problemas.

Continuamos no período de Grande Expediente, passando a palavra ao Ver. Elói Guimarães.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Amigo Antônio, Presidente dos Permissionários do Mercado Público. Senhores e Senhora que participam desta Sessão, que diria histórica para a cidade de Porto Alegre, não só por comemorarmos nesta semana dois séculos, duas décadas e quatro anos da fundação da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas por estarmos aqui neste recinto, que é o Mercado Público de Porto Alegre. E quem está aqui, Sr. Presidente e  Srs. Vereadores? É exatamente a Câmara Municipal de Porto Alegre, aquela instituição, e eu, como os Vereadores João Dib, Lauro Hagemann, Luiz Braz, os mais antigos, podemos  constatar e registrar que quem está aqui é exatamente aquela instituição do município de Porto Alegre que é guardiã do Mercado Público, porque ao longo da história, não só da recente, mas da história de Porto Alegre, pelas mudanças na maneira de ver as coisas, em alguns momentos, sim, investiu-se contra o Mercado Público. E uma instituição vigilante historicamente em Porto Alegre, na defesa, guardiã do Mercado Público, é exatamente essa instituição que hoje ocupa aqui esse espaço do Mercado Público. É um grande momento para a Cidade, a Cidade se encontra na pessoa dos seus representantes consigo mesmo, abraça-se nesse espaço popular. E falar de mercados públicos é exatamente consignar para os Anais aquele espaço onde pulula a alma popular, o sentimento popular, a própria população, a sociedade da cidade de Porto Alegre. Mas quando cheguei, visitei alguns estabelecimentos e não pude ir até o Gambrinus, de  tanta história. Aqui está o Paulo Naval, que é um poeta, um garçon  do Restaurante Naval há muitos anos. E dava-me umas poesias e também discutia com ele e com o Maurício aqui do restaurante Marco Zero, sobre um sentido que temos que dar ao Mercado Público.

 O Mercado Público tem que resgatar a história  que há  um tempo teve na cidade de Porto Alegre, e dizia aqui que a época Lupiciniana deve ser resgatada aqui, durante a noite, para que se rememore aqueles tempos importantes da história da Cidade.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, vou-lhe pedir anti-regimentalmente, para poder dizer que está presente o representante da Direção Estadual do  Partido Democrático Trabalhista, Sr. Wilson Müller, e convidamos para que componha a  Mesa nesse Grande Expediente.  Estamos homenageando todas as personalidades que nos visitam hoje.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ex-Deputado Wilson Müller, que é Secretário-Geral do PDT no Estado,   juntamente comigo, que sou tesoureiro do Partido, com o companheiro  Sereno Chaise, na Presidência, desenvolvemos um trabalho a frente do PDT.

Mas conversando com as pessoas, com os permissionários do Mercado Público, fazia-se oportuna  uma discussão sobre o resgate histórico do Mercado Público.  E o Ver. João Dib fez algumas observações com as quais não concordo integralmente, porque há uma fase de adaptação. E acredito que o Mercado ainda  use esses mercados existentes, e acredito que possam ser feitas as acomodações. Não se trata de um "shopping", é efetivamente o Mercado que tem uma estrutura muito bonita, e mantém  no essencial - e se não no essencial, no coração - o espírito dos porto-alegrenses aquele sentido de Mercado Público. Continua sendo o Mercado Público, evidentemente com equipagem mais moderna, mais segura, melhor  adequada aos tempos que vivemos. Mas dava-me o Paulo Naval uma de suas poesias para que eu registre aqui: "Mercado Central e o Tempo. Passaram os tempos entre fogos, chuvas e ventos. Permanece de pé o Mercado Central assistindo  o progresso chegar, e Porto Alegre crescer e o jovem passar, e o velho envelhecer. És o prédio  original e folclórico, és o patrimônio histórico do centro da Capital. Mercado passarela dos porto-alegrenses. Com tanta gente passando, comprando flores, frutas, doce e geléia real, se parece com a colméia no centro da Capital. Para quem já te conheceu, será motivo de uma saudade, porque afinal é um pedaço de história da nossa Cidade. Mercado Central" - Paulo Naval. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Fernando Záchia está com a palavra.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, querido amigo  Wilson Müller, Antoninho; Senhoras e Senhores, ouvia antes, em Comunicação de Líder, o Ver. João Dib quando falava da atual situação do Mercado Público, e quero através do meu tempo, juntar-me ao pronunciamento do Ver. João Dib, às suas preocupações, que certamente são as preocupações dos trinta e três Vereadores.  E Ver. Adeli Sell, já que o senhor tem participado prontamente com estes Vereadores para que pudéssemos  mediar essa situação do Mercado Público, não tenho a mesma convicção com relação ao Executivo Municipal. O Executivo Municipal sabe, como todos nós, da importância, da representatividade do Mercado Publico, e também das dificuldades econômicas em que vive o País e que também vive a comunidade de Porto Alegre, o que faz com que permissionários antigos e históricos deste Mercado Público tenham dificuldades, como todos os outros comerciantes têm em Porto Alegre, de fazer frente às situações econômicas. E este Executivo Municipal - e aí centro a minha preocupação, a minha desconformidade - cobra 10% de multa ao mês por  atraso dos permissionários. Os permissionários que ajudaram nessa reforma que hoje orgulha aos porto-alegrenses e que  é uma obra que Porto Alegre necessita. Mas, isso teve custo a esses permissionários, em cima de um trabalho diário que eles tiveram para alocar os recursos para que fossem viabilizadas as obras. Alguns, pelas dificuldades de mercado, pelas dificuldades econômicas têm dificuldade para pagar, para fazer com que seus pagamentos estejam rigorosamente em dia. Na medida que eles não estão em dia é acrescido ao valor nominal 10% de multa mais 1% de juros ao mês. Se o permissionário atrasar 3 ou 4 meses tem 30% de multa, mais 3% de juros.

 O Chalé da Praça XV,  líamos, hoje, que deve 14 meses de aluguel; ele tem 140% de multa.  Isso nenhum comerciante, nenhuma pessoa terá condições, Ver. Adeli Sell, de fazer frente, a essa cobrança extremamente injusta, extremamente incomum que o Executivo faz. E permissionários históricos estão aí, vendendo seus bens, diminuindo seus espaços, fechando suas portas, desempregando funcionários, por uma situação que deveria haver, no meu entendimento, melhor boa vontade por parte do Executivo, para tentar compor nesses momentos econômicos extremamente difíceis, para tentar viabilizar uma renegociação para termos um Mercado, como era o velho Mercado, extremamente ativo, cheio de pessoas comprando, gastando. Porque não podemos esquecer, Ver. Adeli Sell, que o Mercado ficou fechado por um tempo. E na medida que se fecha o Mercado Público se perde o hábito da compra, se perde aquele costume de vir aqui, fazer as suas compras, como era uma normalidade. E também pelo deslocamento das bancas,  que sabíamos, historicamente, onde eram seus lugares e hoje elas estão remanejadas. Esse remanejamento pode ser viável no aspecto técnico, mas trouxe, historicamente, um prejuízo.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Queria dizer a V. Exa. que me somo a essas preocupações. A última proposta apresentada pelos inadimplentes é aceitável pelo Governo. Já disse isso, hoje pela manhã, para o Secretário.  Estou fazendo um documento que será entregue, amanhã, para o Setor de Divulgação e Propaganda da Prefeitura para que se faça uma ampla campanha de divulgação do Mercado Público.

 Enfim, quero me somar aos trabalhos dessa Comissão, informal, que foi constituída na Câmara.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: E não poderia ser diferente, partindo de V. Exa. Mas, como tenho certeza, a convicção do Ver. Luiz Braz, Ver. Cláudio Sebenelo, Ver. João Dib, Ver. Antonio Hohlfeldt, todos nós, Ver. Adeli Sell, participamos há bastante tempo de conversas, de reuniões com esses comerciantes. A convicção na Câmara existe, todos os 33 Vereadores têm esse pensamento, Ver. Isaac Ainhorn, e V. Exa manifestava, hoje, publicamente. Mas, o que me causa estranheza é que o Executivo Municipal não está com toda essa boa vontade que o Ver. Adeli Sell demonstra.

 E o pior, o desrespeito à Câmara Municipal por parte do Secretário Municipal de Indústria e Comércio, José Carlos Moraes, quando convidado pela Câmara Municipal não por um ou dois Vereadores, mas pela instituição Câmara Municipal, que estamos aqui homenageando os 224 anos, o Secretário José Carlos Moraes não comparece. Há um desrespeito à Casa, aos Vereadores.  Ele não dá explicação. Diz o Ver. João Dib, extra-oficialmente que teriam ligado para o gabinete do Ver. João Dib, como todo o respeito que ele me merece, a mim ninguém ligou. Ao Ver. Luiz Braz ninguém ligou. Ao Ver. Cláudio Sebenelo que estava lá, aguardando o Secretário, ninguém ligou. Isso é um desrespeito aos Vereadores, a essa instituição, a essa Casa Legislativa. E sem dúvida alguma, é um desrespeito à Cidade de Porto Alegre. Porque o Mercado Público é importante para a Cidade, mas é importante podendo produzir, gerar empregos, podendo fazer com que os seus permissionários possam desenvolver uma atividade econômica que há quarenta anos desenvolvem, mas não com essas dificuldades, cobrar 10% ao mês, onde temos comerciantes históricos nessa Casa, que venderam seus apartamentos, seus automóveis, desempregando seus funcionários para poder, não digo nem o aluguel, nem o valor do  investimento na obra, mas para poder pagar uma multa de  10% ao mês. Isto tem outra palavra, é desumano, isto é roubo, que seria a palavra correta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Temos dois pedidos de Comunicação de Líder, Ver. Anamaria Negroni, Ver. Luiz Braz, e no Grande Expediente, Ver. Gerson Almeida.

 Com a palavra a Ver. Anamaria Negroni.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Dep. Federal  Wilson Müller,  Sr. Antônio, Presidente da Associação do Mercado Público,  Sras. e Srs. Vereadores, Srs. permissionários e colaboradores, Sras e Srs. que nos prestigiam, são raras as oportunidades como esta em que podemos desfrutar de uma convivência tão fraterna em um ambiente tão especial como este.

O Mercado Público, indiscutivelmente,  faz parte da vida da Cidade e, conseqüentemente,  de nossas próprias vidas. Todos, até uma paulista como eu, têm alguma história ligada à história de Porto Alegre, à história deste Mercado.

É uma relação afetiva que todos mantemos com esse verdadeiro marco da vida comercial de Porto Alegre. Não acredito que exista alguém que, pelo menos uma vez, não tenha procurado alguma das bancas do Mercado Público para uma compra especial: um peixe fresco, uma fruta, uma verdura novinha, uma erva mate especial, um pão quentinho, até mesmo para um refrescante sorvete ou uma salada de frutas.

O Mercado é Porto Alegre. O Mercado somos todos nós, os seus fregueses e, principalmente, seus permissionários que ajudaram, ao longo dos anos, a manter vivo este monumento.

Aliás, graças ao trabalho permanente dos permissionários é que o Mercado Público vêm-se mantendo há tantos anos, passando de geração em geração os seus negócios, os seus conhecimentos comerciais, como parte integrante da vida da Cidade. E graças a importante participação deles o Mercado, hoje, está remodelado, bonito e moderno, como estamos vendo.

Um momento como este, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, orgulha a todos nós, representantes da comunidade, afinal de contas, estamos trazendo para o interior de um dos símbolos de Porto Alegre a integralidade da representatividade dos seus cidadãos. 

Mas, como tudo na vida, as coisas boas, os acertos, invariavelmente, estão acompanhados de problemas. E o nosso Mercado não seria o ponto diferencial. Aqui, em meio a tantas reformas e coisas bonitas, encontramos a angústia de inúmeros permissionários, esses preocupados com a situação que se tornou indefinida desde a reabertura desse prédio. Acontece, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que muitos permissionários, até o momento, estão desalojados e sem condições de exercerem, plenamente, suas atividades. Reclamam, com justa razão, que sempre estiveram à margem das soluções apresentadas pela Administração Municipal para a ocupação dos espaços do novo Mercado. Afirmam, inclusive, que nunca foram consultados, nem participaram de qualquer tipo de reunião para tratar do seu futuro como permissionários desta Casa. Alguns, como o proprietário da Casa de Carnes Parolin, comerciante próspero e permissionário há mais de 30 anos, simplesmente, faliu depois do remanejamento das bancas. Outros tantos passam por situações de extremas dificuldades e não encontram na SMIC guarida para suas reivindicações e angústias.

Assim, com a intenção de colaborar com os permissionários, alguns Pedidos de Providências e até projetos autorizativos foram protocolados na Câmara Municipal por esta Vereadora, buscando dar uma resposta aos anseios destes angustiados trabalhadores.

Levando em consideração tudo isto e mais os pronunciamentos dos Vereadores que aqui me antecederam com a intenção de tornar clara toda a situação vivida pelos permissionários do Mercado quero comunicar, neste momento, que encaminhei, na manhã de hoje, desconhecendo essa comissão informal que aqui foi mencionada, a solicitação de uma Comissão Especial para averiguar todas as denúncias de irregularidades  na distribuição dos espaços destinados aos permissionários das bancas do Mercado.

Com a instalação da Comissão, tenho a convicção que todos os fatos serão esclarecidos, pois teremos oportunidade de ouvir todas as partes envolvidas, que por receio de retaliações essa categoria têm-se calado. Os permissionários que alegam prejuízos terão chance de colocar suas dúvidas, enquanto que a SMIC poderá, definitivamente, esclarecer todo e qualquer mal- entendido.

Assim sendo, conto com a colaboração dos Srs. Vereadores, pois acredito ser de interesse de todos nós, possibilitar que o Mercado funcione plenamente, sem qualquer tipo de favorecimento de alguns, em detrimento amplo de tantos outros.

Muito grata, Sr. Presidente, pelos minutos a mais que me foram concedidos. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra o Ver. Luiz Braz, em Comunicação de Líder. 

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores; cumprimentando, aqui, o meu amigo Gambrinus, amigo da Câmara Municipal, que está representando os permissionários do Mercado Público. Cumprimentando os Srs. Vereadores, também aproveito para cumprimentar os "top models" que muito brilhantemente, ontem, estiveram enriquecendo a Semana da Câmara Municipal.

Já que estamos cumprimentando pessoas da Casa, não poderia deixar de dizer ao Sr. Presidente, Ver. Clovis Ilgenfritz, que esta Sessão já é um sucesso e passa para a história da Câmara Municipal. Nesses 224 anos é um marco muito importante, hoje, estarmos no Mercado Público fazendo as nossas manifestações.

Tenho certeza que os apelos feitos deste microfone, para que possamos como Câmara Municipal continuar atuando, defendendo aquilo que é um grande patrimônio do nosso povo, que é o Mercado Público, vão ser ouvidos pelo Executivo também.

Com relação à formação de uma Comissão, Vera. Anamaria Negroni,  quero dizer a V. Exa. que temos uma comissão, muito embora não seja uma comissão oficial, ela tem trabalhado muito com o Ver. João Dib,  Adeli Sell, Fernando Záchia, Reginaldo Pujol e outros que têm-se encontrado, constantemente, com os permissionários do Mercado no sentido de encontrar uma solução para esse problema.

Pediria aos Vereadores que compõem esta comissão que pudéssemos continuar tratando do problema, também trazendo para dentro da comissão o caso do Chalé. Porque não podemos, realmente, permitir que uma história de 124 anos seja modificada da forma como está para ser feita, simplesmente porque o Secretário da Indústria e Comércio, muitas vezes levanta com mau humor. Acho que ele levanta e pensa assim: quem é que eu, hoje, vou prejudicar, em quem  é que vou, hoje, colocar as minhas garras?  Ele, já que estava com as garras em cima do Mercado Público, que está sendo defendido pelos Srs. Vereadores de Porto Alegre, ele resolveu atacar de uma forma definitiva, de uma forma mortal, o Chalé.

Acho que temos obrigação de trazermos para essa comissão, a fim de que possamos discutir esse problema como um todo, o Chalé, para que junto com ele possamos discutir, também, os problemas do Mercado Público.

Com isto, estaremos prestando o nosso serviço, cumprindo a nossa missão. Não estou atacando um Partido político, estou dizendo que existe uma pessoa dentro da Administração Municipal que, parece, não gosta muito dos antigos comerciantes, parece que tem algum problema relacionado com antigos comerciantes,  está aqui, num ataque, para fulminar algum dos antigos comerciantes do Mercado Público. E está querendo, realmente, fulminar de pronto uma das grandes instituições que temos na nossa Cidade, que é o Chalé da Praça XV.

Então, vamos estabelecer um marco importante, hoje, nesta reunião, uma luta que deve congregar não só Vereadores de oposição, como não está, mas que possa atrair outros Vereadores da situação, a fim de que juntos possamos enfrentar um problema que é muito grande, e acredito que possa afetar alguns setores históricos da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem):  Apenas para um esclarecimento, do ponto de vista do andamento dos trabalhos. Como está prevista a inscrição desse Vereador na Ordem do Dia, pergunto quem fala em seguida, porque no espelho consta o Ver. Guilherme Barbosa, o Ver. Hélio Corbellini usou seu tempo na homenagem aos 50 anos dos Alcoólicos Anônimos.

Sei que hoje temos uma dificuldade natural, pois o Plenário encontra-se de forma improvisada, mas não menos importante, muito mais histórica, pelo que estamos realizando. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em seguida ao Ver. Gerson Almeida falará V. Exa.

Com a palavra o Ver. Gerson Almeida em Grande Expediente.

 

O SR. GERSON ALMEIDA:  Sr. Presidente; Sr. Presidente da Associação dos Permissionários do Mercado Público que nos honra com sua presença; demais Vereadores e Vereadoras; cidadãos da Cidade de Porto Alegre; permissionários que estão acompanhando esta Sessão, vou procurar ser o mais curto e objetivo, possível, no que toca ao assunto que tem levantado várias lideranças e Vereadores, que é a questão das negociações com os permissionários do Mercado Público.

Esta obra magnífica que foi erguida com o esforço conjunto da Administração Pública, dos permissionários e da Cidade de Porto Alegre não vai ser enuviada por uma questão menor. O mais importante já fizemos, juntos, e demos à Cidade uma referência nacional de bom trabalho em conjunto, em parceria.

Problemas, para erguer uma obra dessa magnitude, são muitos. E todos sabemos o quanto é difícil para o comércio numa época dessas, trabalhar vários meses de uma forma não- plena.

Por isso, a Prefeitura tem encaminhado negociações, como faz em todas as questões públicas importantes. E vai continuar fazendo isso para que, dentro de parâmetros adequados, que atendam ao interesse dos permissionários, que atendam interesse geral e critérios gerais nesse tipo de situação, nós possamos terminar o conjunto das questões como iniciamos juntos, e fazendo o melhor. Porque Porto Alegre merece o melhor. E esse Mercado é o que,  de melhor, Porto Alegre pode oferecer para a Cidade.

Portanto, quero dizer que me comprometo, aqui, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, a continuar, se preciso, enlaçar permissionários e Poder Público para que possamos ter o melhor encaminhamento possível, repito, dentro de todos os padrões, difíceis, mas que universalmente devem ser reconhecidos como adequados.

Dito isso, quero usar o tempo que me resta de Grande Expediente, não para tratar de outro assunto, mas porque ele tem relação com isso que estamos discutindo aqui, que é a dificuldade que os municípios têm vivido, pela aplicação de uma política que faz com que, mesmo aqueles comerciantes que tiveram doze meses no ano com portas abertas estejam com dificuldades econômicas, comerciantes que trabalham diuturnamente, que têm mercadorias para oferecer, boa qualidade, bom preço, mas que não tem clientes para vender, porque o povo está sendo empobrecido. E dos municípios têm sido retirado recursos  por políticas do Governo Federal e do Governo Estadual que têm penalizado, drasticamente esta unidade federativa que é onde nós moramos, onde todos vivemos, onde todos vêm procurar saúde, escola, habitação e tantas outras coisas.

Vejam só, a Constituição de 88 deu para os municípios várias responsabilidades. E os governos estaduais e federais têm aplicado uma política de retirar recursos dos municípios e dos estados. E as obrigações continuam sendo deles. Vou dar alguns exemplos.

Vejam só, aqueles que estão ouvindo atentamente, o quanto isso é grave: somente na Administração do Governo Antônio Britto foram editados mais de 50 decretos, concedendo redução de alíquotas,  redução da base de cálculo, crédito resumido e isenções. Além de duas leis concedendo redução de multas da dívida ativa. Só no Governo Britto foram mais de 50.

O imposto sobre venda a varejo do combustível, foi reduzido à metade em 1995. E a partir de janeiro de 1996 por uma emenda constitucional da base governista, aqui representada por vários partidos na Câmara de Vereadores, vai diminuir ainda mais o valor arrecadado, que foi 6 milhões em 1993, e este imposto vai ser extinto a partir do próximo ano. Seis milhões que foram arrecadados em 1993,  o Município deixa de ter,  por esta extinção.

O Fundo de Estabilidade Financeira que permite ao Governo Federal se apropriar de 20% das receitas orçamentárias do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador. O FEF é o sucessor do Fundo Social de Emergência.

Só em 1996 estima-se uma perda de 1,7 bilhões que foram tirados do Fundo de Assistência ao Trabalhador.

E aos estados foram retirados 1,6 bilhões. Só no Rio Grande do Sul foram perdidos 75 milhões. E no primeiro semestre de 1997 a perda dos municípios foi de 35 bilhões, num total de 47 bilhões que o Estado perdeu.  Ou seja, recursos que deixam de vir para o Estado e ficam presos no Governo Federal.

Vou dizer mais, porque não parou aí. A Lei Kandir que desonera de pagamento de ICMs os produtos industrializados e tantos outros, o setor exportador, não o pequeno comerciante, o pequeno empreendedor que precisa de recursos para tocar o seu pequeno negócio, mas o grande exportador, esse só com a queda do ICMs da Lei Kandir, que teve no Secretário da Fazenda um dos principais expoentes e defensores, segundo a imprensa noticiou, foram retirados 233 milhões do Governo do Estado no período de outubro  a maio de 1997, significando 83 milhões de reais aos municípios.

Porto Alegre, o nosso Município, perdeu 10 milhões.

E por aí vai, porque são longas as perdas dos estados e municípios, pela política concentradora que tem feito com que os municípios municipalizem a saúde, cada vez se responsabilizem mais pela educação, saúde, habitação e assim por diante. E os recursos oriundos disso não venham.

Essa é a situação dramática que vivem os estados. A FAMURS, Federação dos Municípios, a GRAMPAL, Federação dos Municípios da Grande Porto Alegre, têm, inclusive, militado duramente numa luta para que os municípios que estão sendo levados ao sucateamento, que há quatro meses não pagam o funcionalismo municipal,  devam acabar com isso. E fazer uma verdadeira federação, estabelecer o municipalismo. Pois, aqui, é fácil falar com o Presidente da Câmara, com os Vereadores, com o Prefeito, cobrar, como estão fazendo corretamente os permissionários e não como no Governo Federal. É aqui que os recursos têm que ficar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Clênia Maranhão, em tempo de Liderança pelo PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores; Lideranças de Porto Alegre que acompanham a nossa discussão nessa tarde; quero, inicialmente, em nome da Liderança do PMDB dizer que,  para nós da Câmara, é muito importante a oportunidade de podermos estar realizando esta Sessão Plenária no Mercado Público, um marco cultural da nossa Cidade. E também por estarmos mais próximos da população, ouvir, portanto, suas opiniões e poder dar mais visibilidade às posições políticas e às preocupações que os Vereadores de todas as bancadas que compõem a Câmara Municipal possuem.

É evidente, nesta tarde, quando os permissionários do Mercado Público vivem a dificuldade deste momento,  que nós,  Vereadores,  neste momento, não poderíamos deixar passar a oportunidade de, como representantes da Cidade, nos somarmos a esta discussão na busca da solução desse problema.

Causou-me surpresa, porém, a intervenção do Ver. Gerson Almeida que não respondeu, aqui, essas preocupações, que tergiversou a discussão, tentando colocar a discussão, isentando a responsabilidade do Poder Público Municipal nessa questão.

É evidente que o País tem problemas, assim como o Estado e o Município, porém, deslocar a responsabilidade dos problemas que outros vivem, os permissionários do Mercado Público, para outra esfera pública, é subestimar a inteligência das pessoas aqui presentes. Também, tentar  colocar a luta, pela modificação da Lei Kandir, apenas para os políticos do Partido dos Trabalhadores é  se apropriar ilegitimamente de uma preocupação que tem sido revelada por todos partidos que têm  compromisso com a luta dos municípios e com a luta da Federação Brasileira. Tergiversar problemas é não assumir compromissos, e nós, da Câmara de Vereadores, nesta tarde, não poderíamos enveredar por esse caminho do engodo e nos isentarmos da discussão política, que é responsabilidade de todos nós de Porto Alegre.

Sobre a modificação da Lei Kandir, se o PT acompanhasse a discussão política do Senhor Prefeito com as lideranças dos outros partidos, veria que a grande preocupação, inclusive do PMDB, é juntar  as lideranças de todos os partidos e colocar os interesses de Porto Alegre e dos municípios gaúchos acima dos interesses eleitorais para formar uma frente política de valorização dos municípios e de reformulação dessa Lei. Muito obrigado.

(Não revisto pelo oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se de um lado tenho que concordar com a manifestação da Ver. Clênia Maranhão, representante do PMDB, juntamente com o nobre Ver. Fernando Záchia, também não posso  me esquecer que tem sido o PMDB e o Governo do Estado do Rio Grande do Sul um dos sustentáculos do Governo neoliberal do Presidente Fernando Henrique Cardoso. Por outro lado, fruto da Constituição de 1988, as capitais brasileiras têm sido aquinhoadas, notadamente a Capital de Porto Alegre, que teve, nessa década, o maior aumento de tributos até hoje existente na sua história. É indiscutível a perversidade do aumento do IPTU nesses anos todos, a criação de novos tributos, o ISSQN mais caro da Região Metropolitana.

Estamos aqui para cobrar soluções concretas daquilo que o Poder Público Municipal, daquilo que  este Legislativo tem condições de fazer: solucionar os problemas municipais. Quase todos os Vereadores desta Legislatura  já tiveram  preocupações com o Mercado Público, que existe há mais de cem anos. É bem verdade que já houve administrações que pretendiam acabar com o Mercado Público. Orgulho-me de pertencer a um Partido que iniciou um processo de reavaliação do Mercado Público, com a participação e parceria de seus permissionários. Reconheço o mérito da obra, mas temos condições de ajudar os permissionários que se encontram em dificuldades; temos condições, como Poder Legislativo, de intervir junto ao Poder Executivo  para que resolva o problema de inúmeros permissionários que estão com débitos com a Prefeitura Municipal. Esses débitos são fruto do processo de reforma, fruto da crise econômica.  É evidente que não vamos seguir o caminho da perversidade, da crueldade, que seria a rescisão dos contratos e o despejo daqueles que estão em atraso. O administrador público tem que ter a sensibilidade de parcelar, em um número que seja necessário e suportável ao permissionário, para que não se assemelhe a um banco, que são as únicas instituições que ganham dinheiro neste País. Essas instituições financeiras recebem uma sustentação aos mais altos juros praticados na história brasileira.

Não podemos nos portar como agiotas, levando esses permissionários aos tribunais. O Poder Público tem que ter sensibilidade e visão para resolver esses problemas. Se não tivermos capacidade para resolver, estaremos  decretando a nossa incompetência para resolvermos os problemas da Capital naquilo que temos condições de solucionar.

Por isso louvo os Vereadores, liderados pelo Ver. Fernando Záchia, juntamente com o Ver. Cláudio Sebenelo, que se esforçaram  para buscar uma solução. É um esforço qualificado e que merece o nosso respeito. Agora, se os Vereadores acharem que o caminho é uma Comissão Especial, ou uma Comissão Permanente, seguiremos esse caminho. Tenho certeza, e já houve manifestações nesse sentido, de que a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos estará presente para resolver o problema

Portanto, encerro a minha manifestação, nesta histórica Sessão, manifestando a minha preocupação e a esperança de termos competência para resolvermos esse problema. Se for necessário, entraremos imediatamente na Ordem do Dia e vamos convocar o Secretário da Indústria e Comércio para que compareça à Câmara. Se ele não quiser atender a um convite, como já se manifestou contrariamente a um convite de um grupo de vereadores, a Câmara tem a competência de convocar o Senhor Secretário para que compareça à Sessão plenária. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Pedro Ruas está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Sessão histórica do dia de hoje tem para todos nós um caráter de profunda emoção. Esse Mercado Público um momento de apogeu da Cidade,  tanto  no momento em que foi criado, quanto agora, após a sua remodelação. Cumprimento, em especial, a Mesa  por comemorar os 224 anos da nossa Câmara, que é um orgulho para a nossa Cidade,. numa Sessão nos Altos do Mercado Público. É importante que as pessoas lembrem fatos, como, por exemplo, o ocorrido em 1884, quatro anos antes da Federação, que foi a abolição da escravatura em Porto Alegre. Porto Alegre foi pioneira em todo o País. A Câmara tem, não só nas pessoas eleitas para representá-la, a sua história realizada através dos seus servidores, funcionários. É nas pessoas desses funcionários, na direção, nos assessores que gostaria de fazer essa homenagem. Se a Câmara conseguiu ser o que é, isso se deve ao esforço permanente das pessoas que traduzem o esforço da Cidade em ter um Poder Legislativo digno, correto. Essas  pessoas dedicam a sua vida, normalmente, de forma anônima, pelo progresso da Cidade e pelo bem comum.

É pouco provável que qualquer trabalho de qualquer vereador tivesse a eficácia que tem sem o trabalho dos servidores da Câmara Municipal. Quero sintetizar a homenagem a esses servidores anônimos na figura do servidor Adaucto Vasconcellos. Ele é uma pessoa da qual nos orgulhamos e que nos honra com a sua amizade e com seu trabalho para esta Câmara. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o cenário em que se desenrola essa Sessão produz, naturalmente, uma mudança de visão. Não foram raras as hipérboles que hoje se produziram aqui, no desfile dos vários oradores. Nós estamos hoje assistindo a uma Sessão memorável e histórica. A Câmara, por assim dizer, volta às origens populares de onde ela saiu. Ela foi criada justamente para orientar a população. E aqui neste local onde, certamente, nasceu a Cidade de Porto Alegre, na orla do rio, a Câmara hoje, quase 224 anos depois realiza a sua primeira Sessão pública. Isso é emblemático, e mais emblemático por estar aqui no Mercado Público, que é um lugar tradicional de qualquer cidade do mundo. Não é por outra razão que os permissionários estão inquietos com algumas coisas que estão acontecendo, mas nós também não podemos nos esquecer que a vida do homem está mudando. Há alguns anos o Mercado era o centro da  atração comercial da Cidade. Hoje nós temos outros pólos de atração. Em vários lugares da Cidade os 'shopping centers' estão atraindo as populações.

O Mercado tem um outro tipo de visão, um outro tipo de atividade comercial, e é isso que precisa ser entendido. Não que o Poder Público não tenha responsabilidade. Tem sim. E nós, Vereadores, vamos instar até o último instante para que o Poder Público atente para a realidade do Mercado. Mas também é preciso se ver que quem esteja estabelecido aqui no Mercado também comece a atentar para as modificações da cidade. É preciso engenho e arte, no dizer  de Camões, para que as novas condições do Mercado, a nova situação social, econômica do Mercado, em relação à sua população, sejam revistas. É preciso que os permissionários também cumpram a sua parte, além daquela que já cumpriram. É preciso que se modifiquem as visões de sociedade, de economia. Não podemos ficar esperando do Poder Público aquilo que vinha sendo atendido. As coisas não podem, simplesmente, cair do céu. Hoje todos temos responsabilidades. Acho que os permissionários até aqui têm cumprido excelentemente com o seu papel de comerciantes deste lugar da cidade. Mas eles vão ter que começar a verificar outros tipos de atividades, de visão comercial, para poderem se adaptar às novas condições da sociedade. Hoje, se nós examinarmos, temos 'shopping center' lá na zona Norte, o DC Navegantes; temos o Bourbon, na metade do caminho; temos o Iguatemi; temos o Praia de Belas. Vamos ter o Cristal, João Pessoa, outros  que estão sendo construídos em locais estratégicos da Cidade. Então, é preciso se rever tudo isso como um conjunto e não isoladamente. O Mercado, sim, vai ter a continuidade de seu papel. Aqui o ramo de alimentos, principalmente, é o mais efetivo, o mais antigo. Esse não vai ser superado, a não ser por um descaso descomunal dos que aqui aplicam as suas atividades. Então, senhores, vamos tomar o futuro como referência, uma referência simpática, uma referência construtiva, para que Porto Alegre seja o que deve ser: no terceiro milênio: uma referência econômica, cultural, política e social, para o Conesul da América. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra pelo tempo que lhe cede o Ver. Guilherme Barbosa.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, neste momento Ver. Reginaldo Pujol, Srs. representantes do Mercado Público, aqui representado pelo Antônio, Srs. Vereadores e Vereadoras, Senhoras e Senhores que acompanham esta Sessão. O que existe de maravilhoso num momento como este é a possibilidade de a população de Porto Alegre mais claramente conhecer o posicionamento dos Srs. Vereadores, das Sras. Vereadoras, acerca de temas diretamente relacionados com a Cidade, como este, do Mercado Público, que não começou hoje a ser debatido e que, enfim, quando os permissionários, quando a Associação procura a Câmara de Vereadores, certamente,  ela traz consigo a história desta reforma e a importância que teve esta reforma para a Associação, para os permissionários e para a Cidade de Porto Alegre. E a Câmara será parte disso, com certeza. Será parte, como o foi até este momento, mas, mais do que isso, buscando que este lugar, que é um lugar do povo de Porto Alegre, seja um lugar de plena harmonia em que todos, democraticamente, sejam parte da construção de como deve ser este espaço. Mas se nós explicitamos os nossos posicionamentos acerca destas questões diretamente relacionadas à Cidade para outras nós somos chamados.

Às vezes, é importante que se diga, são tão colocadas como interesse da Cidade, como estas que aqui dizem respeito ao abastecimento, ao Mercado Público, um lugar pelo qual nós temos tanto carinho, tanto apreço. Os Vereadores que me antecederam, especialmente o nosso líder Gérson Almeida, pautou aqui uma discussão que nós fazemos questão de estabelecer como debate, junto à população. Nós estamos a alguns dias do 7 de Setembro, e, neste 7 de Setembro, deveremos, de fato, dar um grito. As ruas desta cidade, assim como as ruas de todo o Brasil, deverão ser tomadas por manifestantes que dizem que realizarão o grito dos excluídos. Nós faremos desse 7 de Setembro, em todo o Brasil, os trabalhadores através do movimento sindical e popular, um momento absolutamente importante, em que será colocado o quanto é importante para nós desafiarmos o projeto neoliberal que está sendo aplicado num nível federal, que está sendo aplicado num nível estadual, verdadeiramente de costas para as necessidades do nosso povo e que é preciso que se diga que o Presidente, de forma jocosa ou não, traz a dentadura como símbolo deste momento do Real, mas o nosso povo na saúde, na habitação, no abastecimento, certamente, que amarga um mau tempo. Eu digo isso porque os municípios são onde as políticas se realizam.

Aqui, nós estamos comemorando os 224 anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, comemorando - por que não dizer? - um momento especial para esta instituição e para toda a cidade, junto com a  população neste espaço público.

E importante que cada um dos senhores e das senhoras saiba que dirigir um município, nos dias de hoje, não é fácil,  porque os municípios vivem um processo de empobrecimento. E não somos nós que dizemos isso. A mídia e,  nestes últimos momentos, quadros do próprio governo do Estado passam a dizer que a Lei Kandir e o Fundo de Estabilização Fiscal trazem prejuízos aos municípios. Não é à toa que quadros do governo do Estado do Rio Grande do Sul, que tem sido o governo de primeira hora no apoio ao governo federal, pressionados pela  base de sustentação  - os municípios dirigidos pelos diferentes partidos no interior do Estado - mudam o discurso e fazem, neste momento, uma crítica à Lei Kandir e ao Fundo de Estabilização Fiscal. Mas  essa crítica, saibam os senhores, é uma crítica de última hora; é uma crítica depois que as políticas já foram definidas.

Fazemos uma saudação ao secretário da Fazenda, Cézar Busatto; fazemos uma saudação a todos aqueles que, finalmente, enxergam que os municípios estão sendo torturados pelas políticas fiscais do governo federal e do próprio governo do Estado que, através do Fundopen, não têm poupado recursos nos socorros aos grandes empreendimentos, mas  está de costas, sem dúvida alguma, aos pequenos empresários, que fecham as suas portas todos os dias,  como temos  exemplo aqui no  Mercado Público, pequenos empresários que movem a economia deste País, que geram mais de 60% dos empregos em todo este Estado e em todo este País, e que não têm recebido o mesmo tratamento.

Vejam  que os números não mentem. Os números que orientam os recursos colocados  em bancos falidos, na ENCOL que foi à falência, e em outros grandes empreendimentos do País, já somam mais de 25 bilhões de reais. Aí é que está o dinheiro público. No  entanto, nós todos aqui, Vereadores desta cidade,  temos certeza, defendemos os interesses de Porto Alegre. Mas  o nosso modo de ver as coisas é diferente. O Ver. Guilherme Barbosa, que é presidente do nosso partido, sabe que é preciso se fazer uma denúncia contundente de que, ao mesmo tempo que 25 bilhões de reais são dados para bancos falidos, ao mesmo tempo que o Fundopen sustenta grandes empresas com o dinheiro público, que é o dinheiro do Estado do Rio Grande do Sul, nós observamos aqui entre nós, Srs. Vereadores, a área social ser completamente repassada para o município. Passa-se a assistência social, passa-se a educação, passa-se a saúde e, no entanto, recursos  para  a sustentação não  vêm.

Este 7 de Setembro será também um momento de resposta, será um momento de apoio ao movimento popular e será o momento de  dizermos que os filhos desta Pátria, como diz o nosso Hino Nacional,  não fogem à luta, têm coragem e não aceitam a orientação que o governo de Fernando Henrique Cardoso e o governo de Antônio Britto impõem para a nação brasileira, especialmente aos trabalhadores.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu gostaria, Vereadora, que, ao falar em críticas, V. Exa. colocasse o projeto de construção, de civismo nesta semana da Pátria. E, quando fala em Fundopen, que está atraindo empresas para o Rio Grande do Sul,  falasse também da política de altos impostos municipais que estão afugentando as empresas do nosso Município, trazendo pobreza a Porto Alegre. Isso é lamentável. V. Exa. deveria completar a sua colocação com a verdade por inteiro.

 

 A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Eu quero completar a minha colocação, saudando esta Sessão, que, finalmente, alguns Vereadores de sustentação do governo estadual vieram para o debate político, porque lá, dentro da Câmara, não têm vindo para o debate político. Acho importante que isso esteja acontecendo. Até vou lhe dizer, Ver. Nedel, com todo o respeito, que se V. Exa. defende que a melhor aplicação para os 253 milhões de reais era eles serem doados para a GM, eu tenho outra opinião: a educação, a saúde e o direito do povo estão acima desse interesse, que é o interesse do seu partido, que é o interesse do governo Britto.

Saúdo o debate político. Que nós façamos mais momentos como este para podermos, claramente, apresentar  nossas posições. Agradeço ao Vereador presidente do meu partido e a todos os Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ  (Questão de Ordem): É claro que nós estamos aqui em situação adversa àquela que  temos na Câmara Municipal. Mas  temos que fazer cumprir o nosso Regimento em qualquer lugar que estivermos, já que aqui também se trata  de uma Sessão Ordinária. E, como estamos  numa Sessão Ordinária, eu pediria a V. Exa. que, cumprindo o Regimento, não permitisse que a platéia, que está acomodada,  se manifestasse, vaiando ou aplaudindo oradores que aqui  colocam suas idéias.

 

O SR. PRESIDENTE : A Mesa acolhe a Questão de Ordem de V. Exa., que é fonte no Regimento Interno da Casa, ainda que V. Exa., na fundamentação, reconheça a atipicidade da nossa reunião, e que, evidentemente, a participação popular não pode ser cobrada tão vigorosamente como se estivéssemos em nosso recinto. (Palmas.)

O Ver. Gerson Almeida está com a palavra.

 

O SR. GERSON ALMEIDA:  Senhor Presidente e Srs. Vereadores, na minha atividade parlamentar, tenho-me pautado por especialmente não debater com Vereadores ausentes.

Inscrevi-me para rebater as interpretações da Ver. Clênia Maranhão, que está presente, para fazer um debate, um debate não que caia no terreno pessoal, tampouco em argumentos ou termos chulos, mas um debate que apresente e demarque diferenças, porque não há dúvidas de que há diferenças de projetos e compreensão de como as mazelas e os graves problemas nacionais devem ser enfrentados.

Nós temos muitas diferenças com o PMDB. Agora, para demarcar diferenças, é preciso trabalhar com os fatos. É preciso que tenhamos um único ponto de partida para o debate, e o ponto de partida tem que ser a realidade, a verdade. Eu  disse que o governo estadual tem sido omisso, quando não um ativo sujeito, na abdicação de recursos públicos constitucionais para o Estado do Rio Grande do Sul e para os municípios. ]Digo isso sustentado em todos os dados da FAMURS, da GRAMPAL, de todos os Prefeitos do Estado do Rio Grande do Sul que têm liderado uma luta, até agora,  inglória, mas estou certo de que, quando a maioria do povo gaúcho souber em detalhes as questões, será gloriosa contra o silêncio do Governador Antonio Britto em relação, por exemplo, a UFEF.

A Câmara de Vereadores de Porto Alegre votou, por  unanimidade, uma moção contrária àquilo. Várias câmaras votaram. Não ouvimos uma única palavra do Secretário Estadual da Fazenda, uma única palavra do Governador contra a Lei Kandir.

Vários prefeitos foram ao Palácio e ao Congresso lutar contra. A base governista votou e garantiu a Lei Kandir. O Governador Britto silenciou. No entanto, é bom lembrar - e os jornais da época não me desmentem, estão com a minha versão, não com as versão que a nobre Ver. Clênia Maranhão aqui colocou, de que o Secretário da Fazenda, inclusive, foi colocado como um dos autores intelectuais da Lei.  Na época, ela  foi desmentida.

Agora é que começamos a conhecer o descalabro que é para as finanças dos municípios a  Lei Kandir, tardiamente, mas nunca sem tempo.

Acho importante que  um Secretário de Estado do Rio Grande do Sul   ombreie conosco essa luta contra a destruição das finanças públicas do Estado e dos municípios, porque, até agora, apenas têm-se ouvido  vozes contrárias. Espero que não seja tarde.

De que PMDB nós falamos?

O PMDB que  a nobre e combativa Vera.. Clênia Maranhão falou -  quero dizer que esse "combativa" é  reconhecedor da sua trajetória de lutas - é  esse PMDB real que está no Governo do Estado? É o PMDB que manda uma lei para os professores, e ele próprio não cumpre, pagando um salário de miséria aos educadores do Estado do Rio Grande do Sul? É esse  PMDB que, cada vez menos, aplica em saúde ou é o PMDB que aqui diz que todos os problemas do Município podem, talvez por um passe de mágica, serem resolvidos, mas não consegue resolver os problemas mais elementares que tocam a saúde pública, a educação e a habitação?

Quantas casas populares o Governador Britto construiu no Estado do Rio Grande do Sul? Nenhuma!

Portanto, Senhoras e Senhores das galerias, que não podem se manifestar hoje, Sras. e Srs. Vereadores, a verdade é essa: devemos demarcar nossas diferenças políticas, porque não há um único projeto para o País, não há alternativas. Nós queremos construir um Projeto Democrático Popular com os partidos de esquerda, com o PDT e com todos aqueles trabalhadores, donas-de-casa  e todos os partidos que não toleram mais a exclusão social, que não toleram mais esse estado de coisas que leva milhões à exclusão. Queremos construir um  projeto diferente desse que o PMDB sustenta em nível estadual e federal. É para isso que queremos construir a unidade das forças do campo democrático popular; os problemas de Porto Alegre são muitos. Agora, os problemas de Porto Alegre são enfrentados com transparência, com democracia e com negociação, mesmo quando não chegamos a um acordo com as partes, mas  onde é o interesse público que preside as relações. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

                                                                                 

O SR. PRESIDENTE (Clóvis Ilgenfritz): O Ver. Carlos Garcia está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Senhor Presidente e Srs. Vereadores,  hoje, como foi dito pelos demais partidos, é um momento ímpar. Estamos comemorando,  neste cenário, 224 anos de atuação da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Por que é um momento ímpar e um momento histórico?

Porque o Mercado Público é uma das referências da nossa população, e aqui neste cenário, onde 106 bancas, abrangendo um universo de  700 funcionários que vivem diretamente deste lugar, atendendo 3.500 pessoas dessas famílias, sem entrar ainda na questão dos fornecedores. Temos certeza, porque acreditamos nesta Administração, que as pequenas celeumas que estão se dando, relativas a alguns permissionários do Mercado Público,  o quanto antes vão ser resolvidas;  as pessoas têm  vontade de negociar e  isso vai facilitar.

Já o tranqüilizo, Sr. Antonio Mello. Quanto a isso, pode contar com o PSB, porque essa é a proposição do nosso partido: estar sempre junto com aqueles que necessitam e esperam apoio. E a nossa causa é estar junto da população de Porto Alegre.

Mas nós também gostaríamos de fazer um outro relato e uma outra solicitação -  já fizemos lá na Câmara -, relativa a um outro templo de nossa Cidade, que é o HPS. Estamos insistindo que o HPS, e falamos com o Ver. Pedro Américo Leal que nos apoiou, precisa de uma sala especial para que as pessoas que são vítimas dos motins dos presídios, da FEBEM, dos flagrantes em diversos delitos, na hora de serem atendidas, deverão ser atendidas numa sala especial. Tenho receio de que, em breve, provavelmente algumas das pessoas que lá estiverem sendo atendidas poderão vir a ser reféns.

Esse é o nosso chamamento, a nossa solicitação.  Na próxima terça-feira, teremos uma reunião com o Diretor do HPS porque achamos e entendemos que é urgente a instalação de uma sala para o  atendimento dessas  pessoas.  

Saúdo novamente a Casa pela iniciativa de reunir-se aqui no Mercado Público,  templo dos porto-alegrenses. O Partido Socialista  parabeniza a todos aqueles que puderam  presenciar “in loco” esta Sessão. A Câmara também é um espaço que vocês devem vivenciar. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)                                                                                            

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa quer dizer ao Ver. Carlos Garcia e aos outros Vereadores que se referiram a esse assunto que essa foi uma decisão da Mesa Diretora, da qual ele participa, e da  Casa. Nós  comungamos da mesma impressão de que é uma reunião muito importante e histórica para todos nós.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Liderança.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente e Srs. Vereadores, imaginei que o local desta reunião - os altos do Mercado Público Central de Porto Alegre -,  numa data extremamente festiva para o Legislativo Municipal,  era, por si só, o indicativo da Pauta da reunião  de hoje.

Todos nós sabemos que existem dificuldades muito grandes, algumas até de difícil superação, na convivência entre aqueles que fazem o dia-a-dia do Mercado, seus permissionários e a Administração do Município.

Vendo hoje, aqui, a Vera.. Anamaria, lembro ter ouvido uma entrevista da nossa colega na Rádio Princesa no dia em que se inaugurava este monumento à arquitetura gaúcha, este ponto de convivência cultural. Ela, naquela ocasião, teve a ousadia de dizer aquilo que nós havíamos dito um pouco antes na Câmara de Vereadores: que temíamos que este monumento pudesse deixar de cumprir uma das suas primordiais finalidades, que era a funcionalidade deste santuário do consumo na Cidade, onde,  por tantos anos, homens e mulheres vêm se dedicando à atividade comercial, cumprindo uma finalidade importantíssima no abastecimento  de Porto Alegre.

Pensei que isso seria a prioridade absoluta; que outro discurso aqui não ocorreria, senão para dizer que os clamores dos permissionários em dificuldade no exercício das suas atividades normais, vítimas de uma transformação, cujas regras não ditaram, haveriam de ter, de toda a Casa do Povo de Porto Alegre, a maior das aceitações; e que, sobretudo,  assumiríamos um compromisso objetivo e eficaz, como legisladores da Cidade e representantes do seu povo, com os permissionários do Mercado Público nesta data.

Percebo uma tentativa de mudança desse enfoque. Há, inclusive, uma proposta, que eu quero declarar desde já aceita, de se discutirem outros temas que dizem respeito à realidade brasileira: a Lei Kandir, o Fundo de Estabilidade Fiscal e vários outros temas que dizem respeito a fatos  já, ampla e objetivamente, ressaltados,  que pertencem à grande discussão a que  nós, em momento algum, queremos fugir.

Hoje, quero pedir vênia a todos para dizer que não há nenhum tipo de proposta  que possa retirar de nós o compromisso assumido com os nossos amigos permissionários do Mercado Público Central. Haveremos de encontrar, de um jeito ou de outro, uma equação digna para os seus problemas, porque eles não podem ser vítimas de experiências mal sucedidas feitas pela Administração Municipal. Por isso, eu, que silenciosamente fiquei quatro horas ouvindo os meus colegas na tribuna, venho aqui, quase que no apagar das luzes desta memorável  Sessão, dizer, em alto e bom tom, que tenho absoluta segurança  de que, acima de qualquer dessintonia que as posições políticas possam ocasionar em uma Casa plural como esta, um compromisso tem que ficar patente  nesta hora: o de que não faltaremos para com aqueles que, há longos anos, vêm se dedicando lisamente  às suas atividades aqui no Mercado Público Central e que, por circunstâncias que a sensibilidade  poderá muito bem superar, se encontram momentaneamente em dificuldades. A Câmara de Vereadores não vai votar com o Mercado Público Central nem com seus permissionários, porque esse é um compromisso que a nossa Sessão hoje afirma, e que nós queremos  reafirmar objetivamente que não votaremos porque os permissionários fazem parte da nossa Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

                                                                                         

O SR. PRESIDENTE:  Passamos à

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2501/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 152/97, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Darcy Pereira Pozzi um logradouro público no Bairro Belém Novo.

 

PROC. 2468/97 - PROJETO  DE   LEI   COMPLEMENTAR  DO  LEGISLATIVO  Nº 017/97, de autoria do Vereador Nereu D'Ávila, que isenta do pagamento do IPTU e do ISSQN toda pessoa física que assumir, oficialmente,  menores ou adolescentes abandonados ou desassistidos, nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente no Município de Porto Alegre.

 

PROC. 2545/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 019/97, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, que dispõe  sobre a   permissão de uso de recuo e do passeio público, fronteiro a bares,  restaurantes, lanchonetes e assemelhados, para colocação de toldos, mesas e cadeiras, e dá outras providências. 

 

PROC. 2566/97 - PROJETO DE  LEI COMPLEMENTAR DO  LEGISLATIVO  Nº 020/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que estabelece mensagem educativa nos impressos distribuídos no Município de Porto Alegre.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 2382/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 139/97, de autoria do Ver. Antônio Losada, que normatiza a utilização do sistema de código de barras pelos estabelecimentos comerciais e congêneres e dá outras providências.

 

PROC. 2478/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/97, de autoria do Ver. Gerson Almeida, que denomina Parque Natural Morro do Osso a Área Funcional de Parque Natural criada pela Lei Complementar nº 334, de 27 de dezembro de 1994.

 

PROC. 2560/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/97, que cria função regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencente ao Quadro Celetista em Extinção, no Departamento Municipal de Habitação, e dá outras providências. (Motorista)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. e Sras. Vereadores,  estamos diante de um problema prático: a Sessão Plenária só pode ser prorrogada pelo prazo de duas horas, conforme prevê o Regimento, caso já tivéssemos entrado no período da Ordem do Dia. Como não foi possível, estamos com 18 horas e 02 minutos, exatamente em cima do prazo  informado pela Diretora Legislativa. O prazo legal para o encerramento desta Sessão é às dezoito horas e três minutos.

Corremos Pauta, mas não vamos poder  conceder  a palavra aos atentos Vereadores que ainda têm muita disposição.

Muita gente veio, já cansou, já foi embora. Os Vereadores estão  acostumados a esse ritmo, não haveria  problema nenhum.

As prorrogações só podem se dar em momento de votação de projetos,  ou seja na Ordem do Dia. A Pauta correu. Vencemos o período de Pauta sem oradores.

Agradecemos a presença de todos, dizendo que a Sessão terá que ser encerrada; agradecemos aos permissionários, aos funcionários da Câmara de todos os escalões, a todos aqueles que contribuíram para que esta  Sessão desse certo, muito especialmente à imprensa de Porto Alegre, pela cobertura que  está dando à Semana da Câmara  nos seus 224 anos.

Convidamos a todos para que cheguem até a Câmara e vejam as várias exposições de fotografias. O concurso, cujos prêmios vamos entregar  na sexta-feira, é uma breve história da Câmara em fotografia e documentação, uma exposição sobre evolução a urbana, muito importante para quem quer acompanhar o processo de ocupação da Cidade e a futura discussão do Plano Diretor. Temos vários eventos.

Convidamos, também,  para a reunião de amanhã, às 17 horas, quando será feita a  entrega de títulos  de Cidadão Emérito e de Cidadão  Honorário a várias pessoas. Um abraço a todos e muito obrigado pela atenção e apoio.

Encerro esta Sessão dizendo que  ela será um marco  na história da Câmara e da nossa Cidade.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h03min.)

 

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